O corpo do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi enterrado pouco depois das 14h30 de ontem no Cemitério Municipal de São Joaquim da Barra (SP). Sob forte comoção, a cerimônia foi acompanhada por cerca de 500 pessoas, entre parentes e populares. Uma das hipóteses investigadas pela polícia é de que Joaquim, que era diabético e cujo corpo foi encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP), no domingo, teria recebido uma dose excessiva de insulina, o que poderia ter causado a morte, de acordo com o diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior João Osinski Júnior. Ele descartou a hipótese de acidente.
A mãe do menino, a psicóloga Natália Ponte, de 29 anos, e o padrasto, Guilherme Longo, de 28, foram impedidos pela Justiça de acompanhar o velório e o enterro. O casal está preso. No velório, alguns dos presentes ensaiaram gritos de revolta, outros bateram palmas e rezaram. Necropsia feita pelo Instituto Médico-Legal (IML) em Barretos comprovou que Joaquim foi jogado morto no Córrego Tanquinho. O pulmão dele não tinha água, o que descarta a possibilidade da morte por afogamento.
Há informações de que Natália estaria presa na cadeia feminina do Jardim Guanabara, em Franca (SP), e, chorando muito, teria dito a algumas detentas que não teria nada a ver com a morte do filho e que a culpa seria do padrasto. A Justiça decretou na noite deste domingo a prisão temporária de Natália e de Longo. O casal ficará preso por 30 dias.
O caso
No domingo, o dono de um rancho localizou o cadáver e chamou o Corpo de Bombeiros. O menino, segundo a versão do casal, sumiu na madrugada de terça-feira, 5, de dentro de casa, em Ribeirão Preto (SP), onde estaria dormindo. Na residência, no entanto, não havia marcas de arrombamento. Agora, uma das principais hipóteses é de que Joaquim tenha sido jogado no Córrego Tanquinho, que passa perto de sua casa e deságua no Rio Pardo. Como choveu muito durante a semana, o corpo teria sido levado até Barretos. A polícia quer descobrir a "mecânica do crime" a fim de esclarecer o caso.
Desde o início das buscas, a Polícia Civil concentrava os trabalhos no Rio Pardo. A suspeita aumentou após um cão farejador da polícia apontar que o menino teria ido de sua casa até o córrego na companhia do padrasto. Longo defendeu-se dizendo que sempre ia ao córrego com o garoto e que, por isso, a descoberta não queria dizer nada.