Oportunidade
Do curso à carreira profissional
Aparecido Paulo da Silva, 34 anos, estava desempregado quando decidiu procurar a Escola de Informática e Cidadania Alphaville. Como no local existem outros cursos, ele optou primeiro pelas aulas de envelhecimento de madeira. Depois começou a ter aulas práticas de serigrafia foi aí que descobriu sua vocação. Em um estúdio montado nos fundos da escola, ele atendeu seus primeiros clientes, até que esbarrou em um outro empecilho: não sabia nada sobre informática. "Os clientes diziam que iriam mandar por e-mail algumas imagens para serem serigrafadas. Outros pediam para que eu enviasse por e-mail o orçamento do trabalho. Eu nem sabia o que era este tal de e-mail, quando percebi que era hora de voltar a fazer um novo curso, agora sobre computadores", conta. Das aulas básicas de informática, Aparecido tem outras metas: "Quero fazer um intensivo sobre Corel Draw para poder criar novos desenhos no computador. O mais importante é que hoje tenho uma profissão. Sou muito grato por isso." (PM)
No começo, a idéia era dar aulas sobre cidadania. Mas o tema não chamou tanta atenção assim. Então vieram as aulas de informática, mescladas aos conceitos de preservação do meio ambiente, aquecimento global, eleições, falta de água e até mesmo sobre impostos. Daí a fórmula deu certo. Só no ano passado, 2,5 mil alunos no Paraná tiveram o primeiro contato com o mundo da informática, e, de quebra, ainda aprenderam sobre temas aos quais sem o computador não teriam acesso.
O projeto, criado pela ONG Comitê para a Democratização da Informática (CDI), já rendeu ao estado 20 Escolas de Informática e Cidadania (EIC) em sete cidades: Curitiba, Colombo, Rio Branco do Sul, Balsa Nova, São José dos Pinhais, Paranaguá e Cascavel. Tem gente que chega nas EICs dizendo que já ouviu falar do tal computador, mas que nunca tinha "encarado" a máquina. "Eu tinha visto um computador, mas não tinha mexido nele. Não tinha a mínima idéia de como fazia. Comecei pelo curso básico e depois fiz inscrições em mais seis outros cursos", conta Fernando Saviniec Ferreira, de 15 anos, hoje um dos educadores das escolas de informática. "O bacana é que se você é é dedicado, os coordenadores te convidam para dar aulas. Aqui foi o meu primeiro emprego (voluntário). Sei que estarei preparado para procurar um bom trabalho no futuro", diz.
As EICs atendem diferentes públicos e são sempre voltadas para as comunidades onde estão instaladas. Tem criança aprendendo a mexer no computador e, ao mesmo tempo, conhecendo o alfabeto. Já os adolescentes adoram saber mais sobre computação, mas também querem debater sobre o mundo em que vivem. "Eles chegam tímidos, sem auto-estima. Gostam do computador mas, com as aulas de cidadania que são ministradas durante o curso, eles mudam a forma de encarar a vida, criam um plano para a carreira profissional e são encaminhados ao mercado de trabalho", explica a coordenadora executiva da CDI-PR, Ariane Staszko. Durante as aulas, os estudantes acessam a internet e navegam em sites que tratam de algum tema de cidadania que está sendo discutido em sala. Ou ainda aprendem no Excel a mexer em planilhas de custo, a montar e desmontar um computador nos cursos sobre rede e têm acesso a conteúdos mais específicos, como os que ensinam as diferentes ferramentas e programas do Windows.
Outra turma que aproveita os laboratórios de informática é a da terceira idade. As aulas são ministradas separadamente para as pessoas mais velhas, que também aprendem o bê-á-bá das máquinas. "Quando cheguei à EIC não tinha conhecimento de informática e confesso que não gostava do computador. Mas fui obrigado a aprender porque estava começando um curso de comunicação. As aulas mudaram minha forma de pensar", diz o ex-aluno Néli dos Santos, de 47 anos.
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