O feriado do dia do trabalho começou com um sopro de esperança para a catadora de materiais de reciclagem Irene Santos. Nos últimos cinco anos, sua vida não tem sido fácil no casebre que ocupa à margem de um canal extravasor do Rio Iguaçu. “Sempre que chove é aquele medo de enchente”, afirma. Mas na manhã desta sexta-feira (01) o seu sonho de uma casa melhor começava a se concretizar.
Ela faz parte de um grupo de cinco famílias escolhidas para receber uma nova casa por meio de um mutirão de voluntários da ONG Teto Brasil, dedicada à causa da melhoria de moradias em locais em situação emergencial e pobreza extrema.
Ansiosa por um café para servir aos voluntários que estavam dando os passos iniciais da fundação da casa, Irene conta que pretende incrementar o local quando a obra estiver construída. “Quero construir mais um cômodo e aparelhar a casa com utensílios domésticos”, disse. Um dos xodós do casebre, porém, vai ficar. É o fogão a lenha, do qual Irene não pretende se separar e que, garante, não representa perigo à casa de madeira.
Outra moradora do Jardim Independência que será beneficiada pela ação é Nazir Vidal. Ela conta que o seu barraco era o “mais feinho da vila”. “Estava caindo tudo e ainda tinha ataque de ratos e cupins”, resume. “Estragaram até minhas roupas.”
As casas construídas pelos jovens voluntários do Teto Brasil são de madeira. Ainda assim, isso significa um avanço para gente como Isabel Pereira Leite, que estava morando num barraco coberto com lona. Aos 68 anos, Isabel conta que já não aguentava mais o calor do local. “Agora vai ser muito melhor”, afirma.
Ao todo, a ação reuniu cerca de 70 voluntários e termina no domingo (03). Um deles era Diego José Ribeiro, estudante de física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ele conta que integrou um mutirão pela primeira vez em 2013 por causa do convite de um amigo. “Foi uma satisfação imensa fazer parte do combate à pobreza extrema. Ao chegar aqui, esquecemos tudo do lado de fora”, disse. Paralelamente à ação de Curitiba, o Teto Brasil está realizando neste feriado um mutirão em Salvador, onde seriam construídas oito casas na comunidade da Vila Esperança. Já nos dias 22,23 e 24 de maio, a ONG espera que 5 mil jovens tomem as ruas de São Paulo, Rio, Salvador e Curitiba na sua campanha de arrecadação de fundos batizada de COLETA.
Caminho
Para participar da seleção, as famílias passaram por uma triagem que durou dois meses. Nesse período, 13 famílias se candidataram ao programa. Uma das exigências era o pagamento de R$ 200 simbólicos.
De acordo com Aline Tavares, diretora da Teto Brasil, uma das regras é que os interessados não podem comparecer às reuniões da organização sob o efeito de drogas. “Não chegamos a ter esse problemas em São José dos Pinhais, mas deixamos claro no início que a pessoa não pode participar nessas condições”, disse.
Segundo Aline, o trabalho da Teto Brasil não para mesmo com as moradias construídas. “A ONG mantém os vínculos nas comunidades em que atua. Um exemplo disso é que pessoas beneficiadas com uma nova moradia continuam colaborando conosco”, disse.
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