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Aterro

Comunidade pede fim imediato da Caximba

Lima com as garrafas: a primeira tem água de poço; a segunda, do Rio Iguaçu | Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo
Lima com as garrafas: a primeira tem água de poço; a segunda, do Rio Iguaçu (Foto: Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo)

Líderes comunitários da região da Caximba pedem o encerramento do Aterro o mais rápido possível – sem a extensão de um ano prevista no plano de encerramento com a reconformação geométrica (reestruturação dos maciços de lixo). Os integrantes da Aliança para o Desenvol­vimento Comuni­­tário da Ca­­ximba (Adecom) Jadir Silva de Lima e padre José Antônio da Cunha, além do presidente da Associação de Moradores do Cam­­po do Santana, Luiz Carlos Cavi­­chioli, foram ouvidos na noite de ontem pela Comissão Especial do Lixo da Câmara Municipal de Curitiba.

"Existem alternativas para o lixo. Há aterros licenciados em Mafra e na Lapa. Não há necessidade de estender o uso da Caximba", critica Silva de Lima. "Se é possível gastar com a reconformação geométrica, por que não se pode usar o dinheiro para dividir a destinação do lixo a outros locais?", questiona o padre José. De acordo com eles, o aterro foi instalado em uma área isolada da cidade, mas hoje está muito próximo, dificultando a vida da comunidade. "O lixo está na cozinha das pessoas. É preciso pensar as consequências sociais da extensão de uso do Aterro da Caximba", diz o padre.

Para exemplificar os problemas causados à comunidade e ao meio ambiente, eles levaram à reu­­nião duas garrafas: uma com água retirada de poços artesianos e outra das cavas do Rio Iguaçu. A primeira tinha o aspecto comum do líquido. A segunda, por outro lado, apresentava coloração preta, contendo aspectos de mistura com chorume (veja box). "Segundo o IAP, a primeira fase do Aterro (usada entre 1989 e 2004) não apre­­senta boa impermeabilização", diz Silva de Lima. "Por esse motivo, pode existir contaminação do lençol freático. Como existem ramificações, a população da Caximba pode estar bebendo água misturada com chorume", acrescenta.

Avaliação

Presidente da Comissão Especial, o vereador Roberto Hinça (PDT) avalia o encontro como positivo. "Não há nenhuma informação que não conhecíamos, mas é importante manter esse contato com a comunidade", diz. Uma das propostas da reunião foi organizar uma audiência pública com a população da localidade para conhecer dos próprios protagonistas os problemas en­­frentados. "É fundamental a co­­munidade participar desse processo", opina o vereador Pedro Paulo (PT).

Integrante da bancada de oposição da Câmara, Pedro Paulo sugeriu estudo próprio da Câmara sobre a reconformação geométrica. "Vou pedir uma análise independente", diz. A solicitação do parlamentar se deve aos questionamentos realizados pelos líderes comunitários quanto à confiabilidade do estudo.

Prazo

Fevereiro é o prazo máximo para se concluir a licitação do lixo e escolher a área onde será implantada a nova usina, segundo Ro­­berto Hinça. O atraso dessas definições deve criar nova dificuldade na questão do lixo de Curitiba e região metropolitana, que, hoje, recebeu prazo de um ano com a decisão judicial. "Estamos a um passo da solução, mas há muitos interesses econômicos em jogo", diz Hinça. Os valores envolvendo o uso da indústria do lixo por 20 anos se aproximam de R$ 1 bilhão.

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