A falta de transporte é um problema pontual na aldeia. A comunidade reivindica uma escola no local com professores que possam ensinar, além do português, os idiomas caingangue, guarani e xetá o que é obrigação do poder público, pois está previsto no artigo 49 do Estatuto do Índio.
Um dos únicos jovens da aldeia que fala a língua indígena é Levi, que percorre os 14 km até a escola a pé. Em sua casa, ele, os pais e os quatro irmãos falam o idioma caingangue para tentar preservar a tradição. As crianças mais novas não sabem falar a língua de seus antepassados. Para o secretário do Conselho Indigenista Missionário, órgão ligado à Confederação Nacional dos Bispos (CNBB), Cléber Busatto, o ensino diferenciado, feito preferencialmente nas próprias aldeias, é importante para manter o modo de vida indígena. "É um grande prejuízo pôr em risco a manutenção da língua. Este é um dos aspectos fundamentais da cultura de cada povo."
O receio dos integrantes da ONG Aldeia Brasil é que daqui a vinte anos o idioma das três etnias da aldeia urbana tenha se perdido. "Sabemos que a cultura não será a mesma, que sofrerá transformações com o grande contato que eles têm com a cidade, mas temos que tentar preservar o máximo das tradições", diz Sandra. Eustáquio acredita que a dificuldade do poder público em lidar com os problemas da aldeia urbana é o seu ineditismo no estado e a sua recém-instalação. "Por isso reivindicamos a criação de uma assessoria para assuntos indígenas. Vamos falar sobre a falta de transporte e em algumas secretarias ouvimos a frase: nossa, nem sabia que existia aldeia urbana", relata Eustáquio.
Outra questão que aflige os índios é a falta de geração de renda. Algumas famílias vivem com menos de um salário mínimo por mês e dependem da doação de cestas básicas. A Aldeia Brasil tem dois projetos para tentar reverter estar situação. O primeiro seria a crianção de uma ecofábrica para o artesanato e a segunda a criação de um herbário antropogênico para compartilhar os saberes indígenas com relação às plantas medicinais.
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