Uma semana após os deslizamentos e enchentes que atingiram quatro cidades do litoral paranaense, o acesso a áreas rurais de Morretes, onde vivem cerca de 180 pessoas, é extremamente complicado, segundo o Corpo de Bombeiros. Em comunidades como Sambaqui, Morro Alto e Arrastão, somente veículos com tração, como jipes, conseguem chegar.
Já em Floresta, as únicas maneiras de chegar são por transporte aéreo ou uma trilha a pé que leva até três horas, isso para moradores que conhecem os caminhos. A reportagem esteve no local a bordo de um helicóptero da Polícia Militar.
Quem vive e se criou na comunidade, ou apenas visitava chácaras de parentes no final de semana, não consegue mais reconhecer Floresta. Sobrou pouco dos cerca de 30 alqueires que tinham plantações de tomate, berinjela, palmito pupunha, criação de animais e uma das maiores produções de gengibre do litoral.
Também não ficou nenhuma parede do posto de saúde nem da igreja. O que se vê é um grande campo de lama e areia, com milhares de árvores caídas. O cheiro é de animais mortos misturado com o de madeira apodrecendo. Não há energia elétrica.
A Cabanha NSA, empresa avaliada em R$ 5 milhões que cria ovinos e caprinos, foi um dos locais em que moradores se abrigaram até o resgate chegar. O problema hoje é que, por causa do acesso precário, pouca ração chega aos animais, que valem de R$ 3 mil até R$ 30 mil e são apresentados em exposições. Antes separados por categoria e idade, as ovelhas e cabritos estão todos misturados por causa da destruição dos barracões. Todo o pasto foi destruído e cerca de 25 dos 600 animais morreram.
Nos dois açudes da Cabanha, há vários peixes mortos e abutres sobrevoam o local. O veterinário Roberto Teixeira de Freitas Paula conta que os animais estão sofrendo de clostridiose, doença que baixa a imunidade do animal em função do estresse.
O proprietário Valdomiro Persch enfatiza que é preciso uma ação urgente para restabelecer o acesso. "Investi o dinheiro da minha vida e hoje não consigo nem chegar na minha propriedade. Vemos helicópteros sobrevoando mas pouca atitude sendo tomada", desabafa.
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