As grandes monoculturas, sobretudo a soja, são verdadeiras inimigas do meio ambiente. Essa é a tese defendida pelo promotor de Justiça da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público, Robertson Fonseca de Azevedo. "O conceito de produção não é ambientalmente sustentável. É, por outro lado, super-rentável para pequenos grupos", diz. Azevedo defende que a expansão agrícola suprimiu as florestas, afetando o microclima de algumas áreas, como a região de Maringá. "O clima continua como é. Mas esses microclimas já foram alterados pelo processo produtivo voltado à produção de commodities para exportação", afirma.

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Outra cidade afetada, citada pelo promotor, é Palmas. "Lá, nevou praticamente todos os anos até 1998. Desde então, não nevou mais", diz. A preocupação de Azevedo é que grandes transformações possam causar danos comuns à população, como a falta de água.

Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini argumenta que a questão é complexa e precisa ser analisada sob várias óticas. Ele admite que grandes áreas com monocultura podem interferir no clima. Com a agricultura familiar, que depende de vários produtos, o solo é mais bem cuidado, além de reservas legais serem mais comumente respeitadas. Segundo o secretário, porém, é preciso analisar, em alguns casos, o custo-benefício. "Embora cause esse problema, a monocultura de cana-de-açúcar, por exemplo, auxilia a produzir o álcool, menos poluente do que a gasolina", avalia.

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