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Transporte coletivo

Concorrência deve prever metrô na capital

O edital de licitação do transporte coletivo de Curitiba terá de prever como vai ficar a situação da empresa ou consórcio que ficará responsável pelas linhas no trecho em que mais tarde deverá entrar em operação o metrô. Marcos Isfer, presidente da Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo em Curitiba e parte da região metropolitana, disse que a equipe responsável pela elaboração do edital está estudando formas de tratar essa situação.

A prefeitura estuda implantar o metrô no Eixo Norte-Sul, do Santa Cândida até a Cidade Industrial, em um trecho de 22 quilômetros. Hoje, os ônibus que circulam nessa linha transportam cerca de 390 mil pessoas por dia. Segundo Isfer, estão sendo levantadas algumas possibilidades, como prever que a empresa vencedora da licitação para aquele trecho – a partir de determinado momento dentro dos 15 anos de concessão – passe a operar em outra região, por exemplo.

Ayrton do Amaral Filho, diretor Executivo do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, afirmou que o ideal seria tratar o trecho que deverá ter metrô como um lote separado, com tempo de concessão diferente. Outra possibilidade, segundo ele, é prever que a empresa vencedora, na implantação do metrô, deixaria de operar o ônibus e passaria a operar o metrô. Nesse caso, completou, a empresa teria de estar preparada porque os custos são diferentes. "Enquanto um biarticulado custa R$ 700 mil, um vagão de metrô custa US$ 1 milhão", citou Amaral. Para Isfer, isso até poderia ser colocado no edital como uma opção, mas não como uma obrigação para a concessionária.

Gaveta

O professor Fábio Duarte, diretor do Doutorado em Gestão Urbana da PUCPR, afirmou que o edital de licitação não deveria considerar o metrô como "algo inevitável". Ele lembrou que desde 1952 surgiram, em Curitiba, oito projetos de retomada do transporte sobre trilhos e que nesses momentos sempre surgiram inovações no modal ônibus, "levando o trilho para a gaveta".

Segundo ele, ainda existem formas de melhorar a eficiência do sistema atual. "Um bom exemplo é a Marechal Floriano Peixoto", citou o professor. "A pista de concreto, que permite uma velocidade maior, a possibilidade de ultrapassagem e os semáforos sincronizados fazem com que aumente a capacidade dos ônibus".

Amaral concorda com a opinião. Segundo ele, os US$ 100 milhões que são necessários para construir um quilômetro de metrô seriam suficientes para promover melhorias no Eixo Norte/Sul.

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