A notícia de que a Secretaria Estadual de Educação (Seed) não vai prorrogar a validade do concurso de 2003 para a contratação de professores da rede pública, deixando de convocar 14.567 docentes que ainda esperam para ser chamados, surpreendeu, ontem, o presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (APP), José Rodrigues Lemos. O presidente da APP afirma que em junho, em reunião com o diretor-geral da Seed, Ricardo Bezerra, ficou acertado que a partir do dia 19 de outubro (data de vencimento do período de dois anos do concurso) o edital de convocação seria estendido por mais dois anos. Entretanto, o diretor-geral, por meio da assessoria de imprensa da secretaria, nega que tenha se comprometido formalmente a expandir a validade o concurso.
De acordo com números fornecidos pela Seed, do total de 38.692 professores aprovados, 16.621 foram chamados logo na seqüência e mais 7.504 foram nomeados em agosto passado. Ficaram de fora, portanto, quase 15 mil. "Essa decisão (de não prorrogar o concurso) é pior, já que o estado terá de realizar outro concurso para suprir a demanda", avalia Lemos.
Com o prazo curto, o presidente da APP ainda tem esperanças de negociar com a Seed a nomeação do contingente excedente. Assim que foi informado pela reportagem de que o prazo não se estenderia, Lemos agendou com o secretário de Educação, Maurício Requião, uma nova audiência para tentar obter a nomeação de todos os aprovados no concurso.
Os aprovados que ainda não foram chamados temem que a APP não consiga negociar com a Seed. Dessa maneira, eles teriam que se preparar para um novo concurso. É o caso da professora de história Lúcia Gomes, 36 anos, de Umuarama, Região Norte do estado. Lúcia afirma que chegou a ser informada pela APP de que o prazo seria estendido. Porém, desconfiou, já que a secretaria jamais confirmou tal notícia nos contatos que ela teve com o órgão.
"Não há nada certo, ficou só na palavra. Não sabemos como ficará nossa situação", lamenta Lúcia, que atualmente trabalha no departamento administrativo de uma escola e, junto com outros 19 professores de Umuarama, vem buscando informações sobre a possibilidade de prorrogação. Para Lúcia, os aprovados excedentes poderiam ser chamados para suprir vagas dos professores que passarão pelo processo de remanejamento em novembro o estado faz nesse mês um concurso interno para quem deseja mudar de cidade ou escola.
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