Pessoas que prestaram o concurso público da prefeitura de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, no último domingo, ficaram revoltados com algumas questões que encontraram na prova objetiva. Em uma das perguntas, o candidato deveria responder quantos postos da cidade estavam aptos a fornecer o Gás Natural Veicular (GNV).
Luiza*, que disputa uma das duas vagas para fonoaudiólogo, não acreditou quando leu a questão. "Isso não acrescenta em nada. O que vai mudar eu saber se Colombo tem ou não posto com GNV? A questão não mede a minha capacidade como fonoaudióloga", diz.
Roberto*, candidato a uma das quatro vagas para advogado, avalia que as questões não testam o tipo de conhecimento que o candidato deve ter. "Sem nexo foram umas três ou quatro perguntas que não acrescentam nada ao exercício da função, mesmo que ela seja exercida no município", afirma.
Outra candidata ficou revoltada com a pergunta sobre um evento beneficente realizado em Guaratuba, no litoral do estado, para arrecadar fundos para uma instituição de caridade de Colombo. Na prova era questionado qual o tipo do evento e quantas vezes ele havia sido realizado. "É irritante, para não dizer engraçado. Das oito perguntas de conhecimento geral, eu impugnei seis", conta.
A prefeitura de Colombo ofertou 226 vagas para os cargos de administrador, advogado, analista fiscal de tributos, assistente social, arquiteto, bibliotecário, biólogo, contador, dentista, economista, engenheiro, fonoaudiólogo, médico, técnico em enfermagem, técnico em contabilidade, enfermeiro, projetista, psicólogo, técnico florestal, topógrafo, turismólogo, assistente de alunos e auxiliar odontológico.
Prefeitura
De acordo com Cristiano José Baratto, consultor jurídico da prefeitura de Colombo, a comissão de concursos deu liberdade para a empresa contratada elaborar a prova segundo o conteúdo programático estabelecido no edital. "Para não prejudicar a transparência e a isonomia do concurso, a comissão só teve contato com o conteúdo no dia da prova, junto com os candidatos. Nós não temos responsabilidade sobre as perguntas", afirma. O prazo para impugnações terminou na quarta-feira passada. Segundo Baratto, não há possibilidade de o concurso ser cancelado. "O concurso primou pela isonomia e pela igualdade entre os candidatos. As questões de conhecimento geral não tinham uma pontuação tão alta, eram oito questões que somavam quatro pontos de um total de 100", diz. "Se a dificuldade existiu, ela foi para todos, como em qualquer concurso. Não vejo necessidade de cancelar a prova." A avaliação era composta de 50 questões, sendo dez de português, seis de matemática, oito de legislação, oito de conhecimentos gerais e dezoito de conhecimentos específicos.
A empresa que elaborou a prova, a Exatus Promotores de Eventos e Consultoria, com sede em Umuarama, no Noroeste do estado, informou por meio de nota que as questões da prova objetiva foram elaboradas de acordo com o conteúdo programático que constava no edital do concurso. * Os nomes foram alterados a pedido dos candidatos entrevistados.
Interatividade
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