Dezoito anos até ser julgado, dez horas para ser condenado e uma semana para conseguir habeas corpus e recorrer em liberdade. Condenado por arrastar e matar uma garota de programa, em 1998, nas ruas de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), o empresário Pablo Russel Rocha obteve nesta quarta-feira (6) um habeas corpus e vai aguardar a análise do recurso fora da prisão.

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Em 29 de junho deste ano, Rocha foi condenado a 24 anos de prisão por ter arrastado por dois quilômetros e matado a garota de programa Selma Heloisa Artigas da Silva, a Nicole.

Ele foi condenado por homicídio triplamente qualificado –motivo fútil, uso de recurso que impossibilitasse a defesa da vítima e meio cruel.

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Após a condenação, a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça pedindo que ele pudesse recorrer em liberdade. Nesta quarta, o relator Péricles Piza concedeu liminar que permite a saída do empresário da prisão.

Seus advogados, Zulaiê Cobra Ribeiro, Sergei Cobra Arbex e Fernando Hideo Iochida Lacerda, alegaram que Rocha poderia recorrer em liberdade por já estar nessa situação nos últimos anos e não oferecer risco.

“Daí por que, ressalvada a reapreciação da matéria pela Egrégia Turma julgadora, concedo a liminar pleiteada para deferir a paciente o direito de apelar em liberdade, com expedição em seu favor de salvo conduto ou alvará de soltura”, diz trecho da decisão do magistrado.

Rocha estava preso em Tremembé desde a última segunda-feira (4). Antes, ficou detido em Santa Rosa de Viterbo, cidade da região de Ribeirão Preto.

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Crime

Nicole, grávida de três meses, morreu na madrugada de 11 de setembro de 1998.

Após ter sido arrastado por dois quilômetros, o seu corpo, esfacelado, foi abandonado na avenida Caramuru e o empresário foi para casa. Seu carro foi lavado para tentar eliminar vestígios de sangue.

O processo foi marcado por batalhas jurídicas. Pouco mais de um ano após a prisão, um parecer apresentado pelo legista George Sanguinetti, que atuou no caso PC Farias, contrariou a tese inicial de que Rocha amarrou Nicole e a arrastou até a morte.

Um laudo do Instituto de Criminalística havia descartado que tenha ocorrido um acidente e informou que a garota tinha sido presa pelo braço esquerdo. Parecer do IML de São Paulo indicou que ela foi amarrada por um nó duplo.

Esse não foi o único imbróglio judicial. Em 2012, por duas vezes o júri popular foi adiado, até ser realizado na última semana.

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A defesa de Rocha sempre alegou que o que houve foi um acidente.