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Um condomínio fechado no bairro Hauer, em Curitiba, foi invadido por bandidos armados pela segunda vez em quatro dias. A última invasão foi registrada na noite de terça-feira (7). Os assaltantes tentavam entrar em um dos sobrados quando foram surpreendidos pela dona de um dos sobrados. Ela gritou pedindo socorro e os homens fugiram do local. O endereço fica nas proximidades do 7º. Distrito Policial.

A mulher – que pediu para não ter o nome revelado por questões de segurança – foi uma das sete pessoas feitas reféns durante um assalto realizado por três homens armados no último sábado (4). "Não aguentamos mais essa falta de segurança. Estamos assustados e parece que nada é feito. Até quando conviveremos com a insegurança?", afirmou a moradora.

Um problema que contribui para a falta de segurança na região começa no terreno ao lado do condomínio. Há apenas uma espécie de paiol e o espaço é utilizado pelos bandidos para acessar os sobrados. Segundo a moradora, foi feito um pedido ao dono do terreno para demolir o paiol, porém, ele teria afirmado que nada pode ser feito porque a propriedade está em litígio.

Apesar da reclamação da moradora, a assessoria da Polícia Militar afirmou que a corporação faz rondas constantes na região - fazendo uso do efetivo disponível - e que prestou atendimento à família após as ocorrências. A PM ressaltou que recuperou dois carros roubados do condomínio no sábado.

O presidente do Conselho de Segurança do Hauer, Wilson Batista Júnior, afirmou que a PM não consegue atender a região porque falta efetivo e viaturas. "Já cansamos de pedir melhorias na estrutura da PM. É um problema que atinge o Hauer, outros bairros de Curitiba e todo o estado. O resultado é a falta de segurança e a violência", afirmou Batista Júnior.

Invasão ao condomínio no sábado

Os assaltantes utilizaram escadas para saltar o muro da lateral dos sobrados. Os assaltantes arrombaram a janela de um banheiro, de um dos sobrados, e renderam a primeira família por volta das 24 horas.

Em pouco mais de 30 minutos, os três homens, que mantinham o rosto coberto com camisetas, entraram em dois outros sobrados e recolheram eletroeletrônicos e joias. Na fuga, utilizaram dois carros da vítima, recuperados algumas horas depois próximo de um condomínio em construção no bairro Vitória Régia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

O primeiro casal rendido estava no quarto quando foi surpreendido com a luz sendo acesa e os gritos para que se mantivessem calados. "Meu marido ficou com uma arma no rosto durante todo o tempo e eu com o rosto parcialmente coberto, porque eles pediam que ninguém se mexesse", conta uma moradora. Segundo ela, os homens estavam calmos e demonstravam saber o que estavam procurando. Eles aparentavam ter entre 20 e 25 anos e chamavam um ao outro de Rodrigo e Igor.

Na casa vizinha, dois meninos, um de 9 e 13 anos, aguardavam o retorno dos pais e foram abordados na cozinha por dois dos assaltantes. Sem uso de violência, ambos foram levados, junto com o cachorro, para ficar com o casal da casa ao lado. Nesse meio tempo, um dos moradores do primeiro sobrado saiu com um porrete e também foi rendido. A esposa ficou no corredor, tentando proteger os dois filhos, um bebê e o filho de 9 anos.

A ação só terminou quando os pais dos dois meninos que permaneciam reféns junto do casal em um dos sobrados, chegaram. Ao abrir o portão, o homem estranhou o carro do vizinho estacionado na passagem e gritou. Desesperada, a esposa percebeu que a casa estava aberta, e sem as crianças. "Foi uma gritaria", conta. Com isso, eles separaram o casal e o vizinho em uma das casas e o outro casal e os dois meninos, na outra. Depois de trancá-los, os assaltantes fugiram.

Com o alerta do roubo, uma viatura da PM que estava na CIC percebeu um carro estacionado em um condomínio em construção no conjunto Vitória Régia, na mesma região. O veículo estava batido. Na abordagem, os policiais identificaram que tratava-se de um dos dois carros roubados no Hauer. A poucas quadras do local, eles encontraram o outro veículo, um Renault Logan, sem as placas, mas com todos os produtos do roubo no porta-malas.

Um dos casais que teve a casa invadida informa que a violência tem crescido na região. O terreno ao lado do condomínio teve a casa invadida há cerca de 20 dias. O proprietário então resolveu desmanchá-la. Outros familiares e amigos das vítimas também tiveram as casas assaltadas no mesmo período. "Não é uma novidade no bairro", pontua um dos moradores.

Segundo uma das vítimas, desde a retirada do módulo policial na Praça Alfredo Hauer no segundo semestre do ano passado, a insegurança tem aumentado muito na região. "Queremos que seja feito algo", desabafa uma das vítimas.

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