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Maria Tereza de Jesus, Maria Pereira Camacho e Marina Maria de Figueiredo vivem no Parque Residencial Cidade Nova, em Maringá, espaço adaptado aos idosos | Fábio Dias/ Gazeta do Povo
Maria Tereza de Jesus, Maria Pereira Camacho e Marina Maria de Figueiredo vivem no Parque Residencial Cidade Nova, em Maringá, espaço adaptado aos idosos| Foto: Fábio Dias/ Gazeta do Povo

Benefícios

Estatuto define cotas em política habitacional da capital

Em Curitiba, a política habitacional segue o disposto no Estatuto do Idoso, que prevê que 3% das unidades de programas habitacionais públicos sejam reservados para a terceira idade. Desde 2009, das 6.024 unidades entregues pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (COHAB), 180 foram para pessoas idosas. Eles recebem apartamentos no piso térreo, para evitar a necessidade de subir e descer escadas.

Nos projetos de reassentamento, pessoas acima dos 60 anos recebem casas térreas e não sobrados. Durante o registro das famílias, os idosos são cadastrados, para garantir que o atendimento seja feito de acordo com a demanda.

  • Marina Figueiredo nunca tinha morado em uma casa de alvenaria e com cerâmica

O crescimento da população idosa no Brasil traz consigo o aumento na demanda por casas adaptadas. Apesar de o direito à moradia digna ser previsto no Estatuto do Idoso de 2003, locais adequados para quem quer morar sozinho são difíceis de encontrar. Mas este quadro vem sendo alterado por iniciativas públicas e privadas.

No interior do estado, em cidades como Maringá e Cas­­ca­­vel, as prefeituras já criaram condomínios especialmente feitos para idosos de baixa renda, seguindo modelos praticados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. No caso de Cascavel, a iniciativa tem 20 anos e agora passa por uma reforma completa. "A ideia é oferecer mais acessibilidade para os cerca de 50 moradores", diz a secretária municipal de Assistência Social, Inês Aparecida de Paula Dias.

Em Maringá, são 52 apartamentos de 47 metros quadrados que possuem um dormitório, um banheiro, uma sala de visita, uma cozinha e uma lavanderia. O local, que foi todo planejado por alunos do curso de Arqui­tetura da Universidade Estadual de Maringá (UEM), completa um ano no fim deste mês.

Nas duas cidades, a moradia é gratuita, mas em Maringá está sendo estudado o recolhimento de um valor simbólico. "A prefeitura ainda elabora um contrato para que os condôminos começem a pagar. Talvez até o fim do ano tenha início a cobrança, mas o preço será reduzido, apenas para bancar as necessidades básicas do condomínio como água e luz. O conceito não é amparar idosos abandonados pela família, mas sim dar moradia a quem não tem uma casa. A ideia não é sustentá-los, mas apenas oferecer moradia", diz o secretário da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), Ulisses Maia.

Iniciativa privada

Algumas incorporadoras decidiram incluir diferenciais construtivos em empreendimentos para atender a população mais idosa. Um novo prédio residencial da Construtora Laguna no Centro de Curitiba tem uma planta de apartamentos voltada para melhorar a acessibilidade de pessoas com dificuldades de mobilidade.

O novo prédio contará com rampas inclinadas e plataforma elevatória de acesso, barras de apoio, pisos antideslizantes e uma academia para atividades de reabilitação. "A intenção é oferecer uma arquitetura inclusiva, para que a pessoa que se encaixe no perfil de compra não tenha restrições", diz Isabel Raab Carneiro, gerente de marketing da Construtora. As plantas terão espaços e dimensões de portas, entradas de acesso e ambientes que comportam o giro de uma cadeira de rodas, além de vagas específicas na garagem, mais próximas aos elevadores.

A construtora e incorporadora Tecnisa, de São Paulo, tem um projeto de consciência gerontológica, criado em 2008. São cerca de 30 itens para fazer a inclusão de pessoas acima de 60 anos em alguns empreendimentos. A diretora de projetos da empresa, Patrícia de Campos Valadares, diz que o projeto surgiu de um número expressivo de compradores acima dos 55 anos. "Esse público está chegando nessa faixa etária com muita qualidade de vida e nós queremos incluí-los. É preciso ter um olhar voltado para a terceira idade."

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Interatividade

No seu ponto de vista, quais são os ganhos para os idosos de morar em condomínios?

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