Pelo menos 105 contaminados com o vírus zika, que pode causar más-formações cerebrais nos bebês, foram confirmados na Guatemala, indicou a epidemiologista do ministério da Saúde, Judith García, em declarações neste sábado (30) à imprensa.
“Nós, até o momento, já temos 105 casos confirmados de 200 suspeitos, dos quais 68 são de 2015”, disse a funcionária ao jornal local Prensa Libre.
“Vamos pensar que a cada paciente positivo confirmado poderíamos ter três pacientes a mais que não chegaram ou que podem estar assintomáticos. Então, poderíamos estar falando de uma média de 800 a mil casos suspeitos na Guatemala, falando só da área de atenção pública”, acrescentou a especialista.
Transmitido pelo mosquito aedes aegypti - que também transmite dengue e chicungunya -, o zika provoca sintomas leves como febre baixa, dor de cabeça e articular ou erupções. “O clima temperado úmido da Guatemala é bastante favorável (ao vírus), sobretudo com as mudanças climáticas que elevaram a temperatura”, acrescentou.
Com mais de 1,5 milhão de contaminados desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus, seguido da Colômbia, que neste sábado confirmou mais de 20 mil casos, dois mil deles em mulheres grávidas. O Brasil investiga a relação do zika com os mais de 3.400 casos suspeitos de microcefalia em bebês reportados em meio a um surto do vírus.
“No entanto, chama um pouco a atenção que em outros países que tiveram zika antes não haja documentação. Então, por enquanto, é apenas uma associação, mas não temos comprovado que realmente isto aconteça”, destacou García.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o zika já está presente em 21 dos 55 países e territórios das Américas. Este vírus foi detectado pela primeira vez em Uganda em 1947, em um símio. Ele tem o nome de uma floresta ao sul de Kampala, capital deste país africano.