Os confrontos entre taxistas e motoristas do Uber no início do fim de semana colocaram ainda mais pressão sobre os vereadores de Curitiba e a prefeitura da cidade por um posicionamento mais firme em relação a liberação ou não dos serviços de transporte de passageiros como o oferecido por quem trabalha com o aplicativo. Nesta segunda-feira (27), taxistas farão um protesto contra o Uber em uma carreata do Aeroporto Afonso Pena até o prédio do Legislativo Municipal. Motoristas do aplicativo também devem procurar a Câmara em busca de providências.
46 motoristas
do Uber foram autuados em Curitiba por prestarem serviço irregular de transporte de passageiros. Segundo informações da prefeitura, neste ano já foram realizadas 75 ações integradas de fiscalização do serviço irregular de transporte de passageiros.
Nessas ações, 370 veículos foram abordados. Atualmente, quem é flagrado dirigindo sem permissão paga uma multa de R$ 85. O valor será reajustado para R$ 1,7 mil em meados de agosto.
Entre a sexta-feira (24) e o início da madrugada de sábado (25), integrantes dos dois grupos entraram em conflito em pelo menos três momentos. Foram registrados episódios de violência no Aeroporto Afonso Pena, nas imediações da rodoferroviária e no bairro do Batel. Duas pessoas foram detidas.
Atualmente, vigora em Curitiba a lei aprovada em abril que determina que o “transporte individual de passageiros em veículo automotor leve de categoria particular é de exclusividade dos táxis cadastrados pela prefeitura”.
Mais de mil
O Uber estreou oficialmente em Curitiba no dia 18 de março e, segundo os próprios motoristas, já há mais de 1 mil profissionais cadastrados para atuar na capital paranaense. Mas, rodando na cidade, o número é menor, pois muitos ainda não começaram a atuar. Segundo os motoristas, os incidentes registrados na sexta-feira (24) foram a primeira grande retaliação sofrida por esses profissionais na capital. De acordo com a assessoria do Uber, já foram registradas mais de 70 ocorrências por agressão envolvendo os motoristas parceiros.
Ainda conforme a legislação, quem descumprir a regra está sujeito à multa, que passará a ser de R$ 1,7 mil em agosto. Em caso de reincidência, o valor é duplicado.
Fiscalização
Autor da lei e defensor da posição do sindicato dos taxistas, o vereador Chico do Uberaba (PMN) cobra posição mais clara da prefeitura para que cessem os conflitos. Para ele, os órgãos municipais estão fazendo “vistas grossas” à atuação do Uber ainda que o prefeito tenha sancionado a lei de transporte.
“A responsabilidade maior é do poder Executivo. O projeto que multa o transporte ‘pirata’ já foi aprovado. A URBS e o Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) estão omissos e não cumprem o papel de fiscalizar, enquanto o prefeito fica em cima do muro por que é ano eleitoral”, afirma.
Por meio de nota divulgada após os confrontos entre taxistas e motoristas do Uber, a prefeitura enfatiza a posição oficial de que o aplicativo é irregular em Curitiba e que esse tipo de transporte de passageiros é alvo de fiscalização.
A nota informa ainda que a prefeitura já realizou 75 ações integradas entre a Setran, Urbs e Polícia Militar. Foram abordados 370 condutores de veículos e 46 motoristas do Uber já foram noticiados.
Novo Projeto
Apesar da aprovação da lei que proíbe o Uber na capital, os episódios do fim de semana mostram que o assunto não está encerrado e deve voltar a ser tema na Câmara de Vereadores. Um dos projetos que tramitam na Casa e que deve ganhar força pretende equiparar responsabilidades dos prestadores destes serviços com as já atribuídas aos motoristas de táxis.
“Há um meio de transporte que já foi aprovado pela sociedade. As pessoas estão usando e gostando do Uber”, diz o vereador Pierpaolo Petruzzielo (PTB) que compõe uma frente favorável à legalização do Uber na Câmara de Curitiba.
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