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Ainda hoje é possível encontrar na região da Guerra do Contestado pedaços de crânio e ossadas dos cerca de 20 mil homens que morreram no conflito. Para os historiadores, sem dúvida trata-se de um genocídio que foi mais sanguinário do que o episódio de Canudos. "É importante observar que o exército do Contestado já vinha cansado do combate de Canudos e muitos ficaram amargurados de ver tanta injustiça social. O próprio general Setembrino de Carvalho declara isso, dizendo, no final, que o exército não tinha mais nada a fazer e que o governo brasileiro deveria resolver este problema social", afirma o historiador Denisson de Oliveira.

A guerra começou principalmente porque uma população levada à região para construir a ferrovia foi abandonada e viveu em situação de miséria – os caboclos, durante a guerra, chegaram a comer pedaços de chapéu e de cinto de couro. Não havia regularização das posses de terra e o governo brasileiro havia doado terras aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber & Colonization Company, o que deixou os agricultores ainda mais irritados. Por trás disso existe também a questão religiosa: os monges (entre eles João Maria e Maria Rosa) tiveram papel importante, assim como o curandeiro José Maria. O fanatismo religioso foi expresso por esse messianismo e os caboclos passaram a acreditar que se tratava de uma verdadeira guerra santa.

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