Um acidente com dois brinquedos durante uma festa de confraternização dos funcionários da Siemens, na Associação Desportiva Classista da empresa, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), matou ontem duas crianças, Amanda Oliveira Vieira, de 8 anos e Luís Eduardo Weber da Silva, de 5. Pelo menos outras oito pessoas ficaram feridas, entre elas quatro crianças.
As causas do acidente ainda estão sendo investigadas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros e de testemunhas do acidente, por volta das 13h30, um vento muito forte teria atingido o local, levantando um castelo pula-pula inflável e um touro mecânico a uma distância que chegou a 30 metros. Como não foram registrados ventos fortes na cidade com força suficiente para levantar um touro mecânico , a hipótese de o vento ter sido causado por uma falha no brinquedo inflável não foi descartada.
De acordo com os relatos, após ter sido levantado pelo vento, o castelo caiu no chão, derrubando as crianças. O touro mecânico chocou-se contra outros participantes da festa e só parou quando atingiu uma parede de vidro. As duas crianças morreram na hora. Os outros feridos foram encaminhados ao Hospital do Trabalhador e ao Hospital Universitário Cajuru.
Os pais das crianças estavam no local no momento e acompanharam de perto o acidente. O sargento do Exército Luís Fernando da Silva, pai de Luís Eduardo, ainda tentou salvar o filho fazendo respiração boca a boca e massagem cardíaca, mas não teve sucesso. "Fiquei com uma sensação de impotência de não conseguir salvar meu único filho", lamenta. Abalados, os pais de Amanda, Adir e Vera Vieira, não quiseram se pronunciar.
A família Sudul também estava arrasada. A mãe, Maria Sudul, de 83 anos, e duas filhas, Maristela, de 36 anos, e Lurdes, de 44 anos, e a neta de 6 anos, também foram atingidas no acidente. Elas participavam da festa a convite de outra filha, Ana, que é funcionária da Siemens. Às 18 horas, o motorista de ônibus José Sudul, filho de Maria, buscava informações sobre o estado de saúde da mãe no Hospital do Trabalhador, sem obter muitas respostas. "Até agora só sei que ela passou por uma cirurgia no rosto, mas a falta de informações é muito grande."
Os outros participantes da festa que viram o acidente tentaram prestar socorro às vítimas em meio à confusão. A funcionária da Siemens Neide Matias, de 47 anos, afirma que a cena era desesperadora. "Eu estava em uma outra área, mas ouvi um barulho muito forte de vidro quebrando e corri para ver o que era. Todos os pais estavam desesperados, procurando seus filhos. Espero nunca mais presenciar uma situação como essa", conta. Em nota oficial, a Siemens afirma que "vem trabalhando ininterruptamente para apurar a causa do acidente e prestar todo o auxílio às vítimas e suas famílias".