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Caso araupel

Confronto entre MST e policiais em Quedas do Iguaçu deixa dois mortos

Pronto Socorro de Quedas do Iguaçu recebeu os feridos do conflito | Click 3
Pronto Socorro de Quedas do Iguaçu recebeu os feridos do conflito (Foto: Click 3)

Dois trabalhadores sem-terra morreram e ao menos seis ficaram feridos após entrarem em confronto com a Polícia Militar, na tarde desta quinta-feira (7), na cidade de Quedas do Iguaçu, região Oeste do Paraná.

Os dois lados têm versões diferentes para o conflito. Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) afirmou que os policiais foram vítima de uma emboscada e que eles foram ao local para tentar ajudar a combater um incêndio. O MST nega e diz que a polícia foi ao assentamento para tentar retirar o grupo, que ocupa, desde julho de 2014, as terras da Araupel, empresa de reflorestamento. Um líder do MST disse que os membros do movimento é que foram as “vítimas de emboscada”.

Após a troca de tiros, o MST fugiu, segundo a polícia, que diz ter apreendido uma pistola e uma espingarda. A Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar os fatos e disse que enviou equipes para o local para resgatar as vítimas – inclusive um helicóptero para remover os feridos. “Além disso, foram destacados policiais militares e civis para a região com o objetivo de reforçar a segurança -uma vez que há uma briga judicial envolvendo o MST e a empresa Araupel”, diz a nota.

Os sem-terra afirmam que mais de 20 pessoas ficaram feridas. Também por meio de nota, eles dizem que foram surpreendidos por um grupo de jagunços, seguranças da empresa Araupel e também da Polícia Militar.

O MST argumenta que o local pertence ao Estado. a Justiça Federal, de fato, declarou nulo o título de propriedade da empresa, em maio do ano passado.

Batalha judicial

Uma disputa envolvendo as terras da Araupel já dura 20 anos. Em 2015, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Advocacia Geral da União (AGU) entraram com uma nova ação pedindo a nulidade do título de propriedade das terras da empresa

Segundo o Incra, a ação formulada pela Procuradoria da União e proposta pela AGU é fundamentada nas concessões realizadas no período imperial e que caducaram com o passar dos anos. O Incra argumenta que a Companhia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, ao qual o imóvel estava vinculado, não cumpriu com as obrigações e, em 1923, ocorreu a caducidade da área. “Portanto, a empresa Araupel ocupou irregularmente uma área que é de domínio da União”, disse à época o superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes.

Araupel informou, em 2015, que atestava a legitimidade do titulo que possui.

A área reivindicada pelo Incra está ocupada por mais de três mil pessoas no acampamento Dom Tomás Balduíno. O confronto desta quinta-feira ocorreu neste local.

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