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Rio – No 23.º dia de confronto entre policiais e traficantes no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, os criminosos fizeram um trégua ontem à tarde para a entrada do subprocurador-geral de Direitos Humanos do Ministério Público, Leonardo Chaves, na favela da Vila Cruzeiro. Chaves foi ouvir as denúncias de maus-tratos da polícia e traficantes contra moradores.

Na parte da manhã, policiais que retiravam as barreiras colocadas por bandidos nos acessos às favelas foram atacados a tiros e granadas. Uma idosa foi baleada na cabeça. 30 policiais militares demoraram duas horas para retirar a mais ousada barreira colocada por traficantes na Rua Joaquim Queiroz, principal acesso à favela da Grota: um Ford KA virado e pregado ao chão com uma viga de ferro soldada ao veículo. Três blindados foram usados na remoção, realizada sob tiros vindos do alto da favela. O comércio fechou.

A reunião entre o subprocurador e lideranças comunitárias terminou ao som de fogos e tiros disparados por traficantes contra o "caveirão", que patrulhava as imediações. "Ouvi apenas fogos", desconversou o representante do Ministério Público, após ouvir dos moradores reclamações contra o fechamento de sete escolas, prejuízos dos comerciantes cujas lojas são fechadas por ordem dos traficantes e queixas unânimes contra o "caveirão", que ironicamente socorreu Lindalva de Almeida Silva, de 57 anos, baleada na favela Nova Brasília.

Até o fechamento desta reportagem ela permanecia no Centro Cirúrgico do Hospital Getúlio Vargas, onde médicos tentavam extrair a bala do cérebro da paciente.

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