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Companhias não cumprem proibição

Pelo segundo dia consecutivo, a Pantanal e a Ocean Air venderam passagens com data para antes de domingo, partindo do Aeroporto de Congonhas. A atitude desrespeita as portarias da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que, desde quarta-feira, proíbem a venda de passagens de Congonhas até domingo. No balcão da Pantanal no aeroporto, era possível comprar passagens para o interior de São Paulo, Juiz de Fora (MG) e algumas cidades da Bahia. Na Ocean Air, a situação era a mesma. Nos balcões de TAM, Gol e BRA, não houve vendas. A empresa que desobedecer a regra pode ser multada em até R$ 10 mil.

A assessoria da Ocean Air atribuiu a venda de passagens a uma dificuldade no sistema da empresa. De acordo com a companhia, como o cancelamento do sistema de vendas é complicado. Já a Pantanal não considera que desrespeite a exigência da Anac. A agência confirma que todas as companhias aéreas são obrigadas a respeitar as duas portarias, uma que proibia a venda, especificamente, e outra que impede vendas com saídas de Congonhas até domingo. Tanto a Pantanal como a Ocean Air haviam sido notificadas pela Anac por desrespeitar a proibição de vendas de passagens a partir de Congonhas. Além delas, TAM e BRA também descumpriram a determinação da Anac. As empresas têm 20 dias para apresentar defesa.

São Paulo – As duas maiores empresas aéreas do país – TAM e Gol – definiram ontem quais rotas terão como origem ou destino o Aeroporto de Congonhas. Continuarão sendo atendidas as cidades de Porto Alegre, Rio, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Goiânia, Vitória, Campo Grande, Salvador e Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. Destinos no interior do estado e rotas com duração máxima de duas horas também devem ser mantidos. Os demais vôos serão remanejados para aeroportos nas imediações da capital paulista – a maioria para Cumbica, em Guarulhos –, num prazo máximo de 60 dias.

Mas algumas mudanças já começam a partir de segunda-feira. Quarta-feira, TAM, Gol e Varig anunciaram o remanejamento de 52 vôos para o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, o cancelamento de 12 vôos e a suspensão por tempo indeterminado de outros 16, que partiam de Congonhas.

A BRA já havia transferido todos os vôos para Cumbica. Serão afetados vôos para todas as regiões do país. Além disso, a TAM informou que 11 destinos vão mudar de horário, para sair dos períodos mais movimentados. O objetivo imediato é diminuir o número de operações no aeroporto, enquanto as companhias redesenham as malhas.

Já a partir de hoje, com a reabertura da pista principal de Congonhas, a aviação comercial terá de reduzir de 38 para 33 o número pousos e decolagens por hora (slots). Segundo o diretor de operações da Infraero, Rogério Barzellay, será uma malha transitória, com algumas transferências e cancelamentos de vôos que antes partiam ou chegavam ao Aeroporto de Congonhas.

Ontem, ele esteve reunido com representantes de TAM, Gol, BRA e Ocean Air para discutir como será a nova distribuição dos vôos com base na infra-estrutura que a Infraero tem disponível no estado de São Paulo. "A reunião foi bem positiva. Pelo que pudemos ver, Guarulhos deve ser o aeroporto a receber, inicialmente, mais vôos de Congonhas, mas haverá distribuição em outros três aeroportos administrados pela Infraero (Viracopos, em Campinas, Guarulhos e São José dos Campos)", disse o diretor de operações da estatal.

De acordo com o superintendente do Aeroporto Internacional de Guarulhos, João Márcio Jordão, o aeroporto pode absorver 30% dos movimentos de Congonhas, chegando a um pico de 100 pousos e decolagens por hora. O que só acontece hoje nos horários de pico que são entre 7 e 10 horas e entre 21 e 23 horas. "Efetivamente são 33 movimentos por hora a mais em Guarulhos", disse Jordão.

Quando todas as alterações estiverem vigorando, Congonhas deixará de ser o principal ponto de distribuição de vôos, conexões e escalas do país. "Ainda é prematuro dizer se esse novo desenho vai implicar aumento de tarifa", disse o vice-presidente de Planejamento da TAM, Paulo Castello Branco. Posição idêntica tem a Gol e a Varig.

Desde 2003, quando receberem do Conac o direito de organizar livremente a malha, as companhias conseguirem reduzir em até 30% as despesas, principalmente com a maior utilização de aeronaves. Antes, um avião voava cerca de 7 horas por dia. Hoje, as aeronaves operam por até 14 horas.

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