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Entrevista

Congresso vai fazer a reforma política, diz Genro

Brasília – O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, está convencido de que o "Congresso vai fazer a reforma política até pelo instinto de preservação." Tarso diz ainda ser contra o sistema distrital puro. "Vai organizar o clientelismo e transformar o pleito num debate sobre investimentos locais."

O senhor é a favor de listas partidárias, onde o eleitor não vota no candidato, mas no partido. Serão eleitos candidatos que estiverem no começo da lista, definida pelos chefes de cada legenda. Isso é bom?Tarso Genro – A lista partidária contribui para reduzir o clientelismo. O eleitor vai votar num partido, que tem um programa. Isso vai contribuir para elevar o nível das discussões.

Mas a existência da lista não reforça o poder das lideranças partidárias?De uma forma ou de outra, essas lideranças são necessárias. E elas também têm muito poder, pelo sistema atual.

O senhor é contra o sistema distrital puro. Por quê?Este sistema vai organizar o clientelismo e transformar o pleito num debate sobre investimentos locais. Eu acho que o voto distrital pode até funcionar em países onde a democracia está consolidada. Mas não acho que seja um regime ideal num país como o nosso.

O eleitor vota em bases locais. A eleição está distritalizada?Não acho que seja assim em todos os lugares. No Rio Grande do Sul, quem não falar de questões gerais nem é ouvido. O eleitorado quer uma resposta para a crise de um modelo de capitalismo que foi implantado por lá. Mas eu admito que em outras regiões do país existe uma situação diferente. Tudo passa pela prefeitura e pelos benefícios que ela pode conceder. De todo modo, eu aceito o voto distrital misto.

Por quê?Por esse sistema você tem a discussão local e mais metade dos deputados são eleitos por lista. Então você mantém o debate político na sociedade.

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