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Escândalo

Congresso volta a orquestrar operação-abafa para CPI da Navalha

Brasília – A operação-abafa da nova crise política parecia destinada ao fracasso, mas voltou a ganhar força no Congresso, a partir das novas denúncias contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Com a possibilidade concreta da instalação de uma CPI mista para aprofundar a investigação da Operação Navalha, políticos citados no escândalo iniciaram, nos bastidores, uma onda de ameaças veladas, e até de chantagens, que poderão resultar num grande acordão entre os principais partidos.

O primeiro objetivo é impedir a instalação da CPI mista da Navalha, que já conta com assinaturas suficientes de senadores, mas ainda depende da adesão de 20 deputados. Se isso for impossível, a ordem é ter o controle absoluto da CPI. Como a investigação da Polícia Federal atinge políticos dos principais partidos – PMDB, PSDB, DEM, PT, PSB e PDT – o clima é de intimidação na Câmara e no Senado.

Calheiros partiu para o ataque. Forçado a dar explicações diárias sobre a relação com o empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama, pivô da Operação Navalha – e agora com Cláudio Gontijo, assessor da Construtora Mendes Júnior –, ele passou a mandar recados para os políticos. "Vou passar o país a limpo!", ameaçou o presidente do Senado, em conversa com um aliado.

O recado dele é claro: não será um bode-expiatório da nova crise. Avisou que não vai aceitar que se investigue apenas a Gautama e a Mendes Júnior.

Embora o pedido de criação da CPI da Navalha já tenha assinaturas de 29 senadores (duas a mais do que o necessário), líderes aliados, com PMDB e PT à frente, operam para que não se alcance as 171 assinaturas de deputados.

Não é só Renan que age para baixar a temperatura no Congresso. Semana passada, o senador José Sarney (PMDB-AP) fez uma forte articulação política neste sentido. Há um temor de que a família do ex-presidente seja atingida. Até na oposição do Senado o clima é de cautela: o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), que teve o sobrinho, o deputado Paulo Magalhães (DEM-BA), citado nas investigações, tentava evitar a CPI, assim como setores do PSDB.

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