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Crise

Conselho aprova cassação de Brant e Luizinho

Brasília (Folhapress) – Em meio a novas denúncias de um "acordão" em curso para livrar deputados de cassação, o Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem, bastante dividido, pareceres que recomendam a perda de mandato de Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP). As duas votações tiveram placares inéditos, mas a mais polêmica foi a de Brant, que havia sido adiada duas vezes quarta-feira após um dos membros do conselho, Pedro Canedo (PP-GO), afirmar estar sob pressão da direção do seu partido para mudar seu voto em favor do pefelista. Remarcada para ontem, a votação terminou empatada em 7 a 7. O voto de desempate, que definiu a cassação, foi dado pelo presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP).

Brant foi o último a falar. Acusado de ser o destinatário de R$ 102 mil do "valerioduto", disse que "nenhum acordo partidário lava a sua honra, mas sim o voto de homens livres". "É claro que piorei como político, mas melhorei como homem", disse ele, que admite ter recebido o dinheiro, mas como doação não-declarada de campanha. Concluída a votação, afirmou sorrindo "sentir gosto de vitória" no placar apertado e disse estar confiante que "o plenário lhe prestará uma homenagem".

Nos corredores, alguns membros do conselho afirmaram que o significativo número de votos pela absolvição de Brant se repetiria com Luizinho nas horas seguintes e sinalizava um "acordão" envolvendo PFL, PT, PSDB e PP para salvar os dois ou no conselho ou no plenário.

Dos sete votos a favor de Brant, três foram do PFL, dois do PSDB, um do PP e um do PT. Na seqüência, cinco dos sete deputados que votaram pela absolvição do pefelista repetiram o voto em favor de Luizinho.

Outra queixa de parte dos conselheiros foi o fato de o PSDB ter trocado Gustavo Fruet (PR) por Jutahy Magalhães (BA) horas antes da votação. Após votar pela absolvição, Jutahy disse que não pretendia participar de outras votações embora tivesse acabado de ser escolhido para uma cadeira de titular no conselho.

O parecer pela cassação de Luizinho, de autoria de Pedro Canedo, foi aprovado por 9 votos a 5. O petista é acusado de ser beneficiário de R$ 20 mil do esquema de Marcos Valério. O advogado Márcio Silva, que defende Luizinho, disse que recorrerá da decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que retardará o desfecho do processo em algumas semanas.

"Confio em cada deputado que irá analisar o processo a partir das provas e não tenho dúvida que serei inocentado (no plenário). O conselho tem se pautado no conjunto dos casos. Não admito nem nunca vou admitir querer me envolver em algo que não participei", disse o petista.

A próxima votação agendada é a do processo contra o presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), na próxima terça-feira.

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