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Brasília (Das agências) – Os saques em dinheiro de contas da agência de publicidade SMP&B – uma das empresas por onde passariam recursos ilegais cujo destino final seriam os parlamentares aliados do governo – despertaram em outubro de 2003 a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Em depoimento prestado ontem à CPI dos Correios o presidente do Coaf, Antônio Gustavo Rodrigues, relatou ter comunicado as ocorrências ao Ministério Público. Segundo ele, caberia aos procuradores iniciarem uma investigação a respeito, o que não aconteceu.

Caso as informações do Coaf levassem a uma investigação minuciosa, é possível que o valerioduto – nome pelo qual o esquema ficou conhecido, em referência ao empresário Marcos Valério, dono da SMP&B e da DNA, outra agência – fosse descoberto bem antes. O sub-relator de Normas de Combate à Corrupção da CPI, deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), questionou a falta de resultados da intervenção do Coaf. "Não tinha nenhum outro elemento que pudesse classificar aquilo como uma movimentação de fundado indício de ilícito. Estamos falando de um conjunto de empresas que era muito respeitado na ocasião", respondeu Rodrigues.

O presidente do Coaf disse que, após o início dos trabalhos da CPI, a importância dos relatórios do conselho e das comunicações feitas pelos bancos ao Coaf cresceu. Várias instituições passaram a fazer comunicações "defensivas", enviando ao Coaf informações sobre qualquer empresa ou pessoa física que tenha sido citada pela imprensa por envolvimento em suspeitas de irregularidades. O Coaf tem uma equipe de 31 analistas para verificar as informações repassadas pelos bancos. No ano passado, ele recebeu 129 mil avisos de transações potencialmente irregulares e encaminhou 687 pedidos de investigação.

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