O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) distribuiu nota ontem informando que os índios guarani-kaiowá do acampamento Pyelito Kuê, em Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul, não ameaçam cometer suicídio coletivo caso sejam obrigados a deixar a área ocupada desde o fim de novembro do ano passado. Por outro lado, eles são categóricos em afirmar que vão resistir a um possível despejo.
Segundo o coordenador regional do Cimi, Flávio Machado, há duas semanas as lideranças indígenas divulgaram um documento manifestando que "esgotaram a paciência" pela demora na demarcação das terras que eles afirmam ser território indígena. A área faz parte da fazenda Cambará, que tem cerca de 700 hectares.
De acordo com Ricardo Otoniel, uma das lideranças dos guarani-kaiowá, os índios estão dispostos a resistir até a morte. "O governo criou as reservas para colocar os índios como se fossem latas de sardinha. E é isso, a falta de terra, que leva os índios a cometerem suicídio. Mas não falamos em suicídio coletivo. Falamos em resistência."
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