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Contratado sem licitação pelo Ministério da Educação (MEC) sob o argumento de que possui excelência técnica e é o único capaz de realizar uma avaliação do porte do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), o consórcio Cespe/Cesgranrio acumula falhas à frente da aplicação do exame e, agora, do pré-teste. No pré-teste, realizado no ano passado, questões de cadernos foram copiadas e acabaram reproduzidas no simulado de uma escola de Fortaleza, aplicado dez dias antes do Enem, expondo as deficiências de segurança e sigilo nos procedimentos.

O reforço de segurança foi justamente um dos argumentos do MEC para justificar o aumento exponencial de 559% no contrato do pré-teste – em um ano, o valor do pré-teste saltou de R$ 939,5 mil para R$ 6,2 milhões. O pré-teste serve para verificar quais perguntas são consideradas com nível de dificuldade fácil, médio ou difícil, por um público com perfil semelhante ao que fará o Enem. Desde que foi revelado o episódio de Fortaleza, o MEC acusa professores do Colégio Christus pelo vazamento das questões.

"Com certeza houve falha na aplicação do pré-teste. Deveria haver um fiscal contratado pelo consórcio, para garantir que a prova fosse aplicada, guardada e incinerada na mais absoluta segurança", critica a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios. "Deveria haver mais controle e rigor na contratação de fiscais. Parece que qualquer um pode trabalhar no Enem". Procuradas pela reportagem, Cespe e Cesgranrio não se pronunciaram, dizendo que os questionamentos deveriam ser encaminhados ao MEC.

Hoje, o MEC trabalha para transformar o Cespe em uma espécie de "Concursobrás", empresa pública focada em processos de seleção, certificações e exames. O centro integra a Universidade de Brasília e faturou R$ 271,5 milhões em 2010.

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