Vistoria técnica
Tribunal de Justiça de Minas Gerais retrocede e autoriza a demolição
Folhapress
Começou ontem de manhã a demolição parcial do viaduto que desabou em Belo Horizonte na semana passada. O acidente causou a morte de duas pessoas e feriu outras 23. Equipes da prefeitura (Defesa Civil incluída), perícia da Polícia Civil e representantes da construtora Cowan, responsável pela obra, estiveram no local. A demolição foi parcialmente autorizada depois de ter sido embargada no fim de semana pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
O mesmo desembargador, Adilson Lamounier, que mandou suspender os trabalhos, foi quem reverteu a situação a favor da demolição na madrugada de domingo. Desde sábado, o maquinário estava posicionado no local para realizar o trabalho.
Ontem, por volta das 8h40, uma vistoria foi feita para avaliar a segurança. Constatou-se a necessidade de aumentar a área de isolamento para evitar que destroços atingissem pedestres. A demolição não deve ser concluída até o jogo de hoje entre Brasil e Alemanha, no Mineirão, às 17 h. Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, os trabalhos vão até as 22 h.
A Construtora Delta, uma das empresas que integrou o Consórcio Integração, responsável pelas obras do viaduto que desabou em Belo Horizonte, esteve envolvida em um escândalo político e desenvolveu vários projetos no Paraná. A Delta, que trabalhava em parceria com a Cowan na obra mineira, deixou os trabalhos no fim de 2012 após investigação da Polícia Federal ter apontado ligação de seu proprietário, Fernando Cavendish, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
No Paraná, ela construiu um trecho da Linha Verde, além de ter firmado vários contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
A Delta ganhou concorrência em 2006 para os dois primeiros lotes da Linha Verde, já que ofereceu o menor preço para a obra. Na época, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), financiador do projeto, considerou que a empresa não teria condições de tocar os dois lotes ao mesmo tempo. Com isso, metade da empreitada foi repassada para a empresa Camargo Corrêa, segunda colocada na concorrência. A Delta recebeu R$ 53 milhões pelo serviço, entregue com seis meses de atraso.
Com o Dnit, a empresa ganhou cinco contratos com a superintendência paranaense do órgão, num total de R$ 130 milhões em um único ano (2011). Com o DER, entre 2005 e 2008, a empreiteira recebeu R$ 4,6 milhões por obras de conservação de estradas na região de Maringá.
Em Minas Gerais, o Ministério Público Estadual, desde 2012, já investigava aquele conjunto de obras de mobilidade. As suspeitas eram de superfaturamento na planilha de custos, má execução e a própria formação do Consórcio Integração. O promotor Eduardo Nepomuceno comenta que as obras já eram alvo de perícia do Crea-MG por causa de problemas estruturais em uma estação e um via. "Agora sobreveio esse desastre e o caso também vai ser incorporado na investigação", afirma o promotor.
Um relatório do Tribunal de Contas do Estado também mostrou itens com preços que estavam até 350% maiores que os de mercado. Em relação à formação do consórcio, o problema é que não houve cancelamento do contrato quando a Delta desmanchou a parceria, já que a licitação exigia a inscrição de consórcios, não de construtoras individuais.
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