Brasília – A revista Veja publicou ontem uma reportagem em que acusa o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de ter algumas de suas despesas pessoais financiadas pela Construtora Mendes Júnior. Renan nega as acusações.

CARREGANDO :)

Segundo a revista, Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira, pagava até recentemente o aluguel de um apartamento em Brasília e a pensão de uma menina de 3 anos que seria filha de Renan com uma jornalista. O valor dessas despesas chegaria a R$ 16.500 mensais.

Além disso, a construtora manteria permanentemente à disposição do senador um flat em um dos hotéis mais luxuosos da cidade, e teria ajudado financeiramente familiares seus e campanhas eleitorais. A Mendes Júnior divulgou ontem uma nota negando as acusações. Sem citar o nome do senador, a empresa afirma que nunca teve participação nos pagamentos mencionados.

Publicidade

A denúncia contra Renan pode ser avaliada como um desdobramento das investigações da Polícia Federal (PF) que resultaram na Operação Navalha.

Segundo fontes do PMDB, o presidente do Senado já desconfiava que estivesse sendo espionado pela Polícia Federal.

Caso as acusações sejam comprovadas, o senador poderá a perder o cargo e até mesmo o mandato. Por menos que isso, o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA) renunciou à presidência do Senado e ao mandato quando foi acusado de ter violado o painel de votações eletrônicas sigilosas do Senado.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Carlos Pannunzio (SP), disse que o presidente do Senado, Renan Calheiros, "tem o dever" de dar explicações. "Se comprovar que as notícias não têm procedência, ele deve, inclusive, adotar medidas jurídicas contra a revista", disse, referindo-se à "Veja". E completou: "Agora, se ele não provar que não têm procedência, realmente se espera dele uma posição que resguarde a instituição Congresso Nacional."

Já Chico Alencar (RJ), líder do PSOL na Câmara, acredita que Renan deve se afastar do cargo se não conseguir explicar em 24 horas. Alencar considerou que a denúncia reforça a necessidade da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) para investigar desvio de dinheiro em obras públicas.

Publicidade