O Consulado do Brasil em Nova Iorque designou nesta sexta-feira (19) a advogada paulistana Renata Neeser, 40 anos, para acompanhar o caso da estudante de Goioerê, Noroeste do Paraná, Carla Vicentini, que neste sábado completa 101 dias que está desaparecida nos EUA.

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Carla foi vista pela última vez saindo do Adega Bar, na Ferry Street, principal avenida de Newark no estado americano de New Jersey. A estudante foi para os Estados Unidos no mês de janeiro para fazer um intercâmbio e desde 09 de fevereiro está desaparecida.

A audiência, na qual foi comunicada a contratação da advogada, aconteceu na manhã desta sexta, na sede do Consulado em Nova Iorque, e durou cerca de uma hora e meia. O cônsul, José Alfredo Graça Lima, ouviu atentamente ao relato de Tânia Vicentini, mãe de Carla, e se mostrou sensibilizado com o caso.

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"Espero que tenhamos boas notícias nos próximos dias", disse Graça Lima ao desperdir-se de Tânia, com um demorado abraço. "O consulado está à disposição, está com as portas abertas. Faremos tudo, agora com a ajuda da Renata, para solucionar este caso", completou.

Advogada

Renata nasceu em São Paulo, mas há dez anos mora em Nova Iorque. "Sempre tento ajudar a comunidade brasileira aqui nos EUA, mas este será o meu primeiro grande caso", disse a advogada animada. Perguntada sobre quais seriam suas primeiras providências, Renata admitiu que antes precisa se inteirar do caso. "Antes de tomar qualquer providência eu preciso saber mais detalhes. Eu acompanhei o início deste caso pelos jornais. É fundamental uma conversa com a Tânia e com a polícia sobre a investigação", concluiu.

Tânia, que chegou a Nova Iorque no início da manhã desta sexta-feira para acompanhar as investigações, saiu satisfeita do encontro. "É um anseio que tínhamos desde os primeiros dias do sumiço dela. Será uma pessoa importante que terá contato direto com a policia daqui (EUA) e poderá intervir junto a justiça americana", disse esperançosa.

Investigação

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Depois de um almoço rápido na 46.ª Street com a 6.ª avenida, no centro de Nova Iorque, Tânia foi até a cidade de Newark para uma audiência com a polícia local. Depois de pouco mais de quarenta minutos reunidos, a polícia informou que a investigacão comprovou que Carla esteve no apartamento onde morava, na Ferry Street, mesmo endereço do bar onde ela foi vista pela última vez. O empresário francês, que na noite do desaparecimento estava no apartamento, negou qualquer tipo de envolvimento no caso, num recente depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Emigração Ilegal.

A polícia não quis dar mais detalhes sobre o que poderia ter acontecido com a estudante, logo após sua entrada no apartamento. O argumento foi que qualquer "especulação" poderia atrapalhar o trabalho da polícia.

Uma fonte, porém, que pediu para não ser identificada, disse à reportagem da Gazeta do Povo Online que a polícia averigua três possibilidades: a primeira seria de que Carla foi pega dentro de casa; o que recairia suspeitas sobre o empresário, a segunda seria a de que Carla foi seqüestrada dentro do prédio, de três andares, e a terceira que a estudante saiu à rua e foi raptada. A polícia de Newark não confirmou, mas também não negou, as três possibilidades, e adiantou, sem citar, que há novas vertentes sobre o caso.

"Essa reunião com a polícia de Newark não trouxe grandes novidades. O interessante foi saber que eles não desistem do caso até solucionar, e que seis policiais estariam empenhados na solução deste sumiço", avaliou Tânia.

FBI

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Na segunda-feria pela manhã, Tânia se reúne com o diretor do FBI, a polícia federal dos EUA, e com outros investigadores que estão no caso. "A esperança é que haja novidades na investigação.

Um agente do FBI, que pediu para não ter o nome citado, informou que a polícia descarta a possibilidade de que Carla esteja em outro país, mas acredita que a estudante possa estar em outro estado dos EUA. Ainda de acordo com este agente, o FBI não acredita que Carla esteja morta. "Quando a pessoa é seqüestrada e assassinada, normalmente, encontramos o corpo dela em no máximo três dias", conta.

Entenda o caso Carla

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