Os servidores públicos do estado que são atendidos pelo Serviço de Atendimento à Saúde (SAS) devem continuar sem consultas eletivas até janeiro de 2012. O convênio entre o governo do Paraná e o Fundo de Atendimento à Saúde dos Policiais Militares (FASPM) ainda não foi assinado, apesar de há 35 dias o Hospital da Polícia Militar (HPM), controlado pelo fundo, ter começado a atender servidores públicos em casos de urgência e emergência.
No dia 27 de outubro, o convênio que o governo tinha com o Hospital São Vicente, até então responsável pelos atendimentos do SAS, foi encerrado e o hospital não teve interesse em continuar o serviço. Uma nova licitação foi aberta no dia 10 de outubro, mas não foram apresentadas propostas.
Segundo o superintendente do Sas, José Fernando Macedo, sem tempo hábil para outra licitação, a solução encontrada para não interromper o atendimento foi recorrer ao HPM. "Nós sabemos que o hospital é bem estruturado, mas necessita de mais recursos. Já são repassados atualmente R$ 750 mil. Com esse valor, somado ao repasse do SAS, será possível melhorar o atendimento tanto para servidores quanto para os policiais", afirma.
Após o convênio ser firmado, o HPM receberá um repasse mensal de R$ 3,2 milhões, além do valor que o FASPM já recebe do governo. Com isso, o Sas poderá decidir o modelo de assistência ao servidor a ser adotado. "Peço paciência ao servidor, pois estamos pensando em qualidade de serviço. Com o fim de ano e as discussões que precisam ser feitas, o atendimento ambulatorial não tem um prazo para começar", afirma Macedo.
Mais 120 mil
O Fórum das Entidades Sindicais (FES), que reúne diversos sindicatos de servidores públicos estaduais, fez uma visita ao HPM para verificar a estrutura disponível. "O hospital tem capacidade para atender a demanda dos policiais militares, mas não para atender mais 120 mil servidores públicos", conta a coordenadora do FES e presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado do Paraná (APP Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho.
Marlei também conta que os servidores públicos têm passado por uma série de dificuldades pela falta de consultas eletivas. "Estamos muito preocupados com o regime de emergência. Queremos respostas mais efetivas", explica Marlei, que completa: "Temos percebido que a maioria dos servidores está descontente. Além disso, estamos tendo que encaminhar os casos mais graves para outros hospitais, porque doença não espera".
Para os policiais militares, a escolha do hospital para o convênio também tem causado problemas. "O estado não entregou um centavo até agora: estão tirando do nosso dinheiro para atender o civil", afirma o coronel Elizeu Ferraz Furquim, presidente da Associação de Defesa dos Interesses dos Policiais Militares (Amai), que faz a defesa da parceria. "Acredito que essa união tem sentido positivo. O PM também vai ter um ganho fantástico com as melhorias que serão feitas com o investimento", explica.