Boa notícia para gestantes beneficiárias de planos de saúde: nessa quarta-feira (1), 31 operadoras de planos de saúde assinaram um termo de cooperação com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para implementação do projeto Parto Adequado. A assinatura do termo é mais uma das ações em prol do parto normal e da redução de cesarianas desnecessárias encabeçadas pelo Ministério da Saúde (MS).
Na prática
Entre as estratégias a serem adotadas para aumentar o percentual de parto vaginal até setembro de 2016 estão o “empoderamento de gestantes e famílias para escolher o cuidado mais adequado garantindo a prontidão para o trabalho de parto” e a “reorganização do modelo de cuidado perinatal, de modo a favorecer a evolução fisiológica do trabalho de parto”.
Tais estratégias implicam a adequação da estrutura hospitalar para acomodar o parto vaginal e as boas práticas de assistência ao parto e o treinamento de toda a equipe profissional envolvida, além da adoção de um modelo de assistência ao parto multiprofissional.
Na prática, os hospitais participantes do projeto deverão promover ações que incluem rodas de conversa com doulas, apresentação de vídeos de sensibilização e visitas domiciliares no puerpério. No que diz respeito à estrutura física hospitalar, as instituições deverão criar centros de parto normal e introduzir práticas de utilização de banquinho, cavalinho, bola, banheira e chuveiro (práticas que auxiliam no relaxamento e reduzem o desconforto da gestante).
As operadoras de planos de saúde que aderiram ao projeto devem prestar orientação adequada às beneficiárias que manifestarem desejo pelo parto normal; direcionar as gestantes aos profissionais que apoiam o projeto e aos hospitais participantes; e viabilizar modelos de remuneração à rede de prestadores envolvida.
O projeto prevê o teste de estratégias de atenção ao parto baseadas em evidências científicas e em experiências efetivas para melhorar o modelo de assistência praticado no Brasil. O objetivo é reduzir o número de cesarianas no setor privado, que chega a 84% (na saúde pública esse índice é de 40%). A meta de redução ainda não foi definida.
Membro da Comissão Técnica da Unimed Curitiba e representante da operadora junto ao projeto, o médico Antonio Paulo Mallmann destacou que, embora o projeto vise a redução do número de cesáreas realizadas na saúde suplementar, não se trata de uma imposição.
“A ANS vai dar aporte aos médicos e hospitais para que melhorem a estrutura e a logística visando o parto normal, mas não vamos adotar uma postura radical contrária à cesárea, até porque há situações em que o procedimento é necessário e importante para a saúde da gestante e do bebê”, disse.
Mallmann explicou ainda que a Unimed Curitiba vai atuar junto aos hospitais e profissionais que são simpáticos à meta de redução de cesarianas e que tenham interesse em aderir ao projeto.
“Vamos trabalhar em parceria e oferecer capacitação aos profissionais que desejem participar do projeto. A Unimed também vai criar uma ferramenta através da qual nossas conveniadas poderão procurar por essa equipe multidisciplinar”, disse.
Para as beneficiárias da Unimed não haverá nenhum tipo de aumento no custo do plano de saúde, garante Mallmann. “Haverá uma tabela diferenciada de repasses aos profissionais e aos hospitais que aderirem às boas práticas de assistência ao parto, mas para a beneficiária não.”
Nessa primeira fase, participam do projeto 23 hospitais privados e cinco maternidades públicas. Há ainda hospitais convidados para compartilhar experiências já implementadas. No Paraná, o Hospital da Mulher e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Curitiba, é o único hospital a participar do projeto piloto. Entre as operadoras que aderiram ao termo de compromisso estão a Unimed Curitiba e a Amil.
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