O volume diário de água poupada pelos consumidores de Curitiba e dos municípios da região metropolitana afetados pelo rodízio seria suficiente para atender duas cidades do porte de Maringá, que tem 300 mil habitantes. Segundo a Companhia Paranaense de Abastecimento (Sanepar), a captação nas barragens do Iraí e Piraquara I está 20% menor como resultado das medidas de economia, adotadas pela população desde de 20 de junho, e do racionamento, iniciado em 4 de agosto. O controle de retirada de água apurado na última sexta-feira, data em que terminou a primeira semana de rodízio, mostra que o consumo caiu de 483 milhões de litros para 381 milhões de litros. A diferença é de 102 milhões de litros.

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Mas segundo o gerente da Sanepar para Curitiba e Região Metropolitana, Antônio Carlos Gerardi, a população pode colaborar ainda mais. Nos primeiros sete dias de rodízio, a expectativa era alcançar redução de 15% no consumo de água tratada das estações de Iraí e Iguaçu. Porém, o índice ficou em 11,56%. "A população deve continuar colaborando, até porque as previsões de chuva estão indefinidas", afirma Gerardi.

Transporte público

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Para colaborar com a redução no consumo de água, a prefeitura de Curitiba lançou duas medidas relativas ao transporte. A primeira delas é a proibição de lavagens externas nos 2,1 mil ônibus da cidade e da Rede Integrada de Transportes, que atende 13 municípios da região. A outra é não multar os táxis que estiverem sujos externamente. Somente com a proibição da limpeza externa nos ônibus, aplicada desde 20 de julho pela Urbs (empresa que gerencia o sistema), a economia diária obtida é de 1 milhão de litros de água.

Na empresa Glória, uma das que opera no sistema curitibano, medidas de economia são tomadas há cerca de um ano e meio. Segundo o supervisor de manutenção da firma, Roberto Rodrigues, a água usada na lavagem dos 225 ônibus, bem como do galpão da oficina, é reciclada ou vem da captação da chuva. "Na lavagem das peças a água preta é filtrada para retirar as impurezas. Assim, a água é reutilizada na mesma função", exemplifica.

Mesmo com esse aparato, a empresa cumpre a resolução da Urbs, já que as cisternas de captação de água da chuva estão vazias. Os ônibus, antes lavados externamente a cada três dias, agora não são limpos desde a resolução da Urbs. "Aproveitamos para dar férias a três dos quatro funcionários que lavavam os ônibus", aponta.

O mesmo aconteceu com a central de rádio táxi Sereia. Dos dois lavadores, um está em férias e o outro cumpre funções diferentes no momento, como a troca de óleo dos carros. Apesar de usar água de um poço artesiano, a central, com frota de 213 táxis, está participando da economia desde o início do rodízio – antes, a lavagem dos veículos era diária. "Estamos usando do bom senso. Se os outros estão participando, nós também estamos", afirma João Pinheiro, presidente da Sereia.