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A Receita Federal de Londrina, no Norte do estado, remeteu nesta semana à 2.ª Vara Criminal de Curitiba, única do país especializada em lavagem de dinheiro, informações sobre londrinenses que apareceram entre as 657 pessoas que depositaram dinheiro em contas do doleiro Alberto Youssef.

Segundo reportagem do Jornal de Londrina desta quinta-feira, os depósitos relatados à Justiça Federal de Curitiba abrangem o período de 1996 a 1999 e totalizam R$ 383.407.997,04. Os depositantes são pessoas físicas e jurídicas domiciliadas por todo o país. Os casos de depositantes que não eram de Londrina foram encaminhados para outras delegacias de Receita Federal. Como as contas eram utilizadas para a prática de operações ilegais de câmbio, com o objetivo de ocultar as operações das autoridades fiscais, os dados devem originar inquéritos para apurar crimes de evasão fraudulenta de divisas, lavagem de dinheiro e sonegação praticados pelos depositantes.

De acordo com a Receita Federal de Londrina, os londrinenses identificados no esquema de Youssef "são minoria" em relação ao restante do Paraná. Em Londrina, constatou-se que empresas que depositaram dinheiro para o doleiro só existiam no papel.

Segundo o delegado da Receita Federal em Londrina, Sérgio Nunes, o trabalho de levantamento dos depósitos foi compartilhado com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. "A partir dos depositantes que estão na região, é possível chegar aos reais donos do dinheiro", afirma o delegado.

Youssef é conhecido da Justiça Federal e Estadual do Paraná. Envolvido nos principais casos de remessas ilegais de dinheiro ao exterior, operou contas no antigo Banestado e fez transações internacionais descobertas pela Operação Farol da Colina, em que outros dez doleiros acabaram detidos por todo país.

Youssef chegou a ficar quase cinco meses, entre o fim de 2003 e começo de 2004, detido na Polícia Federal em Curitiba, acusado de lavagem de dinheiro no processo em que foi condenado a 7 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela 2ª Vara Criminal na capital. Antes, em 2002, Youssef foi detido pela Polícia acusado de lavar dinheiro do esquema Ama-Comurb, durante a administração do ex-prefeito Antonio Belinati (PP).

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