A empresa Contecom anunciou nesta quarta-feira (30) a intenção de contratar uma companhia de análise ambiental para contestar as conclusões da PolíciaFederal (PF) de que, ao armazenar pelo menos 80 mil litros de água oleosa recolhida na Bacia de Campos, cometeu crime contra o meio ambiente. Segundo a PF, a mistura vazou e contaminou valas negras que deságuam na Baía de Guanabara, o que a empresa nega.
O advogado Bruno Rodrigues afirmou que a Contecom pretende realizar uma perícia própria com o objetivo de se defender das acusações formuladas pelo delegado Fábio Scliar, que abriu inquérito policial e prendeu a química da empresa, solta após pagar R$ 600 de fiança na noite de segunda-feira.
"A Polícia Federal não fez perícia nenhuma nem marcou de fazer. Uma pessoa recolher água de córrego é perícia? Recolher água de córrego é perícia?", perguntou Rodrigues, que na véspera negara a prisão da funcionária, acabando por admiti-la hoje, sob o argumento de que na véspera ninguém fora preso na sede da Contecom, em Duque de Caxias (cidade na Baixada Fluminense).
De acordo com o advogado, nenhum dirigente da Contecom foi até agora intimado a depor. Rodrigues disse que a empresa está funcionando normalmente e, como não reconhece a existência de vazamento, não há o que ser corrigido.
A Contecom recebeu dois carregamentos de 80 mil litros de água oleosa nos dias 21 e 22 do mês passado. O líquido é uma mistura de água do mar e do óleo que vaza há 24 dias do campo de Frade, na Bacia de Campos.
A empresa foi subcontratada para tratar a água oleosa pela Brasco Offshore, empresa a que a Chevron, operadora do campo onde ocorreu o desastre, recorreu para guardar a mistura.
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