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Multa a anúncios ilegais rende milhões

Leis que limitam a publicidade externa podem render bons recursos para o Executivo municipal. Desde 1.° de janeiro deste ano, quando entrou em vigor a "Lei Cidade Limpa" em São Paulo, a prefeitura da capital paulista já arrecadou um total de R$ 41 milhões em multas aplicadas a empresas e estabelecimentos comerciais. A informação está no site da prefeitura de São Paulo. A "Lei Cidade Limpa" estabeleceu multas de R$ 10 mil por propaganda ilegal. Em Curitiba, segundo a assessoria da Secretaria Municipal do Urbanismo, a multa inicial será de R$ 400.

Estimativas da prefeitura de São Paulo davam conta de que pelo menos 70% do material de propaganda instalado nas ruas, antes de a lei entrar em vigor, era irregular. A prefeitura de Curitiba não tem uma idéia a respeito do número de materiais de publicidade irregulares na cidade. Em seu site, a prefeitura informa que "estima a existência de cerca de três mil painéis de publicidade na cidade", e que "a maioria está fora dos padrões." Diferentemente de São Paulo, em Curitiba o poder Executivo não deverá enfrentar grandes oposições à "limpeza" da cidade, já que entidades que representam empresas de publicidade externa, comerciantes, setores da construção civil e da habitação foram chamados para debater a elaboração do decreto. Na capital paulista, o Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior deu entrada em um mandado de segurança coletivo contra a lei e conseguiu prorrogar a retirada das peças publicitárias para 31 de março deste ano. O prazo inicial era 1.° de janeiro.

O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), assinou ontem um decreto que estabelece novas regras para a utilização de materiais de publicidade externa na capital. A nova legislação cria normas mais restritivas para a instalação de outdoors, painéis luminosos, letreiros de lojas e outros tipos materiais de propaganda. O objetivo é reduzir em até 40% a concentração desse tipo de material nas ruas da capital. Empresas e estabelecimentos comerciais terão 120 dias para se adequar às novas regras. Depois disso, serão multados.

A nova legislação foi aparentemente inspirada em um projeto de lei que entrou em vigor 1.° de janeiro deste ano em São Paulo, com o objetivo de "limpar" a cidade. Na capital paulista os painéis luminosos e outdoors foram banidos. Em Curitiba, a regra será mais branda.

O decreto foi debatido com representantes da Associação Comercial do Paraná (ACP), do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior (Sepex), do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi), do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná (Creci), da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).

Segundo o presidente do Sepex, Romerson Faco, a maior parte da propaganda encontrada atualmente nas ruas da capital não foi produzida por empresas especializadas. "Do que foi retirado das ruas de São Paulo, 92% eram painéis particulares, sem responsáveis técnicos", afirma. "Se tivermos em Curitiba algo em torno de 2,5 milhões de materiais de publicidade nas ruas, nem 10% vieram de empresas especializadas. São estabelecimentos que utilizam painéis sem os devidos cuidados."

Pelas estimativas do Sepex, atualmente há 28 empresas que trabalham com outdoors, painéis iluminados e publicidade no mobiliário urbano em Curitiba. Outras 70, aproximadamente, são especializadas em fachadas e letreiros de lojas. "O faturamento das empresas vai reduzir, no mínimo, em 40%", afirma. "As empresas terão que contratar engenheiros e pessoas de manutenção. Mas o importante é que a prefeitura não proibiu a publicidade, como em São Paulo."

Por meio de sua assessoria, a presidente da ACP, Avani Slomp, informou ser favorável a todas as medidas "que venham a padronizar a publicidade externa e despoluir a cidade." Durante as discussões para a elaboração do projeto, a ACP colocou a necessidade de um prazo mínimo três meses para os comerciantes se adequarem. Dirigentes do Sindicato das Agências de Propaganda do Paraná (Sinapro), do Secovi, do Creci e do Sinduscon foram procurados ontem pela reportagem, mas não houve retorno. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria Municipal do Urbanismo, para tentar entrevistar o secretário Luiz Fernando Jamur, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Segundo a prefeitura de Curitiba, desde 2005 foram retirados mais de duas toneladas por semana de faixas e banners irregulares na capital, além de 600 painéis. Em 2007, de acordo com a prefeitura, foram recolhidos 16.221 unidades irregulares de anúncios das ruas e foram feitas em média 1.350 apreensões por mês de publicidade irregular em cavaletes, faixas, banners, pinturas e postes.

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