Foz do Iguaçu O número de carros apreendidos pela Delegacia da Receita Federal (RF) em Foz do Iguaçu no ano passado foi quatro vezes maior do que o registrado em 2005. O aumento comprova a mudança de estratégia no transporte das mercadorias contrabandeadas do Paraguai e que ingressam no país ilegalmente pela Ponte Internacional da Amizade ou pelo Lago de Itaipu. No lugar de grandes comboios de ônibus, reduzidos com o aperto na fiscalização, os contrabandistas estão fracionando as cargas em carros menores.
Em 2005, foram retidos 1.466 veículos contra 3.385 no ano passado, sendo quase 70% de veículos de passeio. Enquanto a RF apreendeu 641 ônibus em 2005, e 516 em 2006, os carros saltaram de 612 para 2.318.
Os valores das mercadorias apreendidas também aumentaram. Com mais espaço, os ônibus são usados para o transporte de cigarros, com cargas que chegam a US$ 80 mil o equivalente a R$ 180 mil. Mas podem levar até US$ 200 mil (R$ 450 mil) se somados a equipamentos de informática. São justamente estes componentes eletrônicos que agora são transportados pelos carros de passeio, fazendo a média de valores passar de US$ 800 (R$ 1.800) para variações entre US$ 2 mil a US$ 13 mil, alcançando até US$ 20 mil pouco mais de R$ 45 mil.
A mudança na estratégia do transporte também causou reflexos no trabalho da Receita Federal. No pátio da delegacia estão mais de 4 mil veículos. Outros 300 estão em um estacionamento na área da Itaipu Binacional. Os veículos apreendidos são lacrados e a contagem das mercadorias é agendada para depois de uma semana. A grande quantidade de trabalho tem exigido expediente dos agentes também aos sábados. Por dia são abertos 20 carros e dois ônibus.
O perfil do muambeiro é diferente entre os que optam pelo transporte em ônibus e carros pequenos. No "estoque" do pátio da delegacia, um levantamento das placas mostra que a maior parte dos carros de passeio são do Paraná (60%), seguidos pelos catarinenses (10%), paulistas (9%), mineiros (3%), goianos (2%) e outros.
Já os ônibus dão outro destino à muamba comprada no comércio de importados em Ciudad del Este. No topo da lista aparecem os veículos de São Paulo (39%), Paraná (21%), Goiás (6%), Rio Grande do Sul (6%), Santa Catarina (4%) e outros.
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