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As diferenças

PílulaO mais comum é a pílula propriamente dita. Mas o mercado brasileiro tem várias marcas com as mais diferentes composições. As mais antigas trabalhavam com altas doses de progesterona. Hoje, os produtos de nova geração não só trazem menos hormônios, como adotaram versões sintéticas com outras características, como de ação diurética.

InjetávelEsta versão de contraceptivo trabalha com uma alta dosagem de hormônio administrada uma vez por mês. No Brasil há duas variantes, uma que combina estrogênio e progesterona e outra que tem só progesterona (o caso do Contracep). Essa administração é ideal para quem não quer se preocupar em tomar remédio todos os dias.

ImplantesSua composição é semelhante a dos contraceptivos injetáveis, com a diferença de terem um prazo de duração mais longo. Em média, a mulher pode ficar três anos com o implante sob a pele, sem correr o risco de engravidar. A maioria das pacientes poderá não menstruar no período. Algumas terão fluxos leves, porém bastante irregulares.

São Paulo – Para evitar uma gravidez indesejada, o uso de métodos contraceptivos hormonais ainda é a melhor forma. Essa é a mensagem que especialistas da área têm procurado passar depois da descoberta de falhas na produção do anticoncepcional injetável Contracep. Ginecologistas afirmam que o incidente é pontual e que o consumo de hormônios, sejam eles em comprimidos, injeção, adesivo ou DIU, é a forma mais segura de não engravidar.

A droga foi tirada de circulação no fim da semana passada após a descoberta de que ela trazia uma quantidade do hormônio medroxiprogesterona 25% menor do que a prevista em bula – o que a tornava ineficaz. A usuária que usou somente o remédio como método contraceptivo corre o risco de engravidar, mas o erro na dosagem não deve causar outros problemas à saúde.

"É importante ter em mente que a ineficácia apresentada agora com o Contracep não é uma regra entre as pílulas. Isso provavelmente foi só uma mancada laboratorial, do mesmo modo que ocorreu com o Microvlar (a famosa pílula de farinha) anos atrás. Não quer dizer que os anticoncepcionais sejam pouco seguros", afirma o ginecologista Wagner José Gonçalves, da Universidade Federal Paulista (Unifesp).

Gonçalves lembra que nos mais de 50 anos de história da pílula, ela só tem ganhado em eficácia e segurança. As doses hormonais diminuíram – causando menos efeitos colaterais como inchaço, espinhas, aumento de peso – e cresceu a oferta de métodos de administração.

"Hoje temos mais de dez tipos de contraceptivos, mais de cem marcas de pílulas (nome genérico para os vários anticoncepcionais). Mas todas elas têm uma eficácia próxima de 100%. O que muda é o tipo de hormônio usado, a dosagem e a forma de aplicação. Não dá para dizer qual deles é o melhor. O que existe é um tipo mais adequado para as características de cada mulher", diz.

Por exemplo, para uma adolescente "avoada", que pode se esquecer de tomar um comprimido todos os dias, talvez seja mais recomendável uma dose única injetável, um implante subcutâneo ou um adesivo. Por outro lado, esses métodos administram de uma tacada só uma alta dose de hormônio. Para mulheres com organismos mais sensíveis, isso pode ser um grande incômodo.

Outros medicamentos já agem com doses bem baixas a cada comprimido. Para algumas mulheres, eles funcionam perfeitamente, em outras, a pequena quantidade hormonal pode representar um "pinga-pinga" sanguíneo o mês inteiro. Todos esses fatores têm de ser levados em conta na hora da escolha.

Câncer

Os contraceptivos também têm sido associados a uma proteção de alguns tipos de cânceres. Uma avaliação publicada em meados de setembro na conceituada revista médica British Medical Journal mostrou que, entre usuárias do medicamento, havia um risco 29% menor de ocorrência dos chamados cânceres ginecológicos (ovário, endométrio e útero). Gonçalves comenta que, ao menos no primeiro caso, o motivo é bastante claro.

"Durante a ovulação, se forma um folículo ao redor do ovário, de onde o óvulo se solta. É nesse local que pode surgir o tumor. Mas quando a mulher toma pílula, ela deixa de ovular. Seus ovários ficam 'quietinhos' e isso lhes confere uma proteção", explica o ginecologista.

Essas pesquisas, no entanto, ainda não são definitivas. Há duas semanas, outra publicação científica, a revista "Lancet", apontou o risco contrário. Segundo o trabalho, mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais por mais de dez anos quase dobraram as chances de desenvolverem câncer cervical.

De acordo com Gonçalves, uma das explicações por trás disso está no abandono do uso de preservativos quando a mulher toma pílula. "Sem camisinha ela fica sujeita à contaminação do HPV, o papilomavírus humano, conhecido por poder levar ao câncer de colo de útero. Então o problema não está na pílula, mas na falta de uma barreira."

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