Atraso nos vôos Passageiros tentam invadir pista
São Paulo Passageiros irritados com os atrasos promoveram um protesto, na madrugada de ontem, no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. O grupo deveria ter embarcado na noite de ontem no Aeroporto de Congonhas (São Paulo). Por causa da chuva, o terminal suspendeu as operações de pouso e decolagem por seis vezes, ao longo do dia, o que causou atrasos em série. Passageiros de vôos da Gol foram, então, levados para Guarulhos, no fim da noite. Eles afirmam que o embarque não foi imediato, e a espera teria passado de sete horas. Para protestar contra o atraso, eles saíram da sala de embarque e seguiram em direção à pista, mas foram contidos por policiais federais.
Brasília Um relatório preliminar feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre as condições de trabalho dos controladores de tráfego aéreo brasileiros mostra que há uma "defasagem clara" entre o número de profissionais e a necessidade real. No fim de 2006, a categoria decidiu restabelecer padrões de segurança à força e provocou um caos na malha aérea nacional.
De acordo com o MPT, há um decréscimo de 3% ao ano no número de profissionais do setor em comparação com um acréscimo de 9% ao ano no aumento do tráfego aéreo.
Um dos principais problemas detectados nas investigações é a falta de regulamentação da profissão, pois alguns controladores são militares e outros são civis.
Apontados pelo governo, pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por empresas aéreas e por especialistas como responsáveis pelo bom funcionamento do tráfego aéreo no país, os controladores continuam insatisfeitos com a profissão. A posição tem aumentado com a indefinição sobre o futuro da carreira. Há um mês e meio, o Grupo de Trabalho Interministerial criado pelo Ministério da Defesa para discutir saídas para a crise aérea entregou ao presidente Lula uma lista com 13 propostas. Entre elas estava a desmilitarização do controle do tráfego aéreo. Não houve retorno do governo.
"Se dependesse de nós (controladores civis), faríamos um movimento sim. O problema é que somos minoria no sistema", diz o diretor técnico do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo (SNTPV), Ernandes Pereira da Silva. Na opinião dele, a postura do comando da Aeronáutica diante da crise tem sido "desastrosa", provocando a insatisfação até mesmo da ala militar da categoria.
O sindicalista nega que os controladores estejam planejando protestos para o feriado de carnaval. Mas adverte que as deficiências de pessoal e de equipamentos permanecem e "não é preciso fazer nada para que se tenha um novo caos nos aeroportos."
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