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Cascavel – Pode não ser um sushi finamente elaborado, nem é para tanto, mas pesquisadores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) vão começar a estudar o aproveitamento de resíduos de peixes descartados para o consumo humano na dieta das vacas leiteiras. Após analisados, os resíduos seriam utilizados para a composição de rações. A idéia será desenvolvida dentro o projeto "Alternativas Biotecnológicas Aplicadas a Sustentabilidade na Pequena Propriedade Rural", que faz parte da Rede Integrada de Biotecnologia Aplicada ao Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar no Contexto do Agronegócio Paranaense (Bioagropar), desenvolvido em conjunto com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e outras quatro universidades estaduais.

O professor e coordenador do projeto Luís Francisco Angeli Alves definiu suas linhas de trabalho a partir de um levantamento das dificuldades dos pequenos agricultores em relação a fatores como combate a doenças, alimentação animal e controle ambiental. De acordo com Alves, a pesquisa quer criar alternativas biotecnológicas aplicadas à sustentabilidade das pequenas propriedades rurais do Oeste, cuja economia regional é predominantemente agrícola.

Outra preocupação dos pesquisadores é a obtenção de produtos naturais para o combate de pragas como a cigarrinha, que atinge as lavouras de cana-de-açúcar e pastagens. Apesar de estar sob controle na região, os especialistas defendem que ainda é preciso aumentar a oferta de produtos naturais de combate à praga. E o controle biológico de doenças reduziria o uso de agrotóxico e a contaminação dos lençóis freáticos da região, hoje prejudicados pelo uso excessivo de produtos químicos.

Ao todo são 15 pesquisadores e docentes dos cursos de Ciências Biológicas, Farmácia (Cascavel), Agronomia, Zootecnia (Marechal Cândido Rondon) e Engenharia de Pesca (Toledo) envolvidos no projeto, além de alunos de graduação dos referidos cursos. O Bioagropar é financiado pelo governo federal (R$ 2,5 milhões) e pelo Fundo Paraná (R$ 1,2 milhão). O prazo para o término da pesquisa é de dois anos. A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) tem ao todo 452 projetos científicos em andamento. Para o reitor da Unioeste, Alcibíades Luiz Orlando, a universidade "tem o potencial para avançar nessas pesquisas e promover a integração e o desenvolvimento do Oeste do Paraná."

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