Controle expôs mazelas

O aperto na fiscalização da Receita Federal revelou a falta de estrutura de Foz do Iguaçu para suportar a crise no comércio ilegal e absorver a mão-de-obra desqualificada que servia ao descaminho de mercadorias. Programas de desenvolvimento e a criação de um fundo para a recuperação socioeconômica – proposta do senador Álvaro Dias (PSDB) que tramita na Câmara – são algumas das soluções propostas.

A carência de alternativas economicamente viáveis se reflete no aumento da violência. De 1.º de janeiro a 29 de dezembro de 2006, foram 326 assassinatos contra 283 em todo o ano passado. Estes crimes, garantem as autoridades policiais, têm ligação direta com a migração do contrabando para o tráfico de drogas na fronteira.

Em discurso na Câmara Federal, o deputado Dilto Vitorassi (PT) defendeu o combate ao contrabando, porém não da forma sistemática e "insensata" como é feito hoje. "Precisamos criar uma política compensatória, realizar algumas obras estruturantes, industrializar a região, a fim de criar alternativas de emprego e renda. É necessário mudar a mentalidade".

Para o deputado estadual Dobrandino Gustavo da Silva (PMDB) classifica a atuação da RF como "ato de terrorismo", mas defende uma intervenção urgente. "O governo tem de achar uma forma de não inviabilizar a cidade. Se vai fechar uma porta, tem de abrir outra", afirmou.