Foz do Iguaçu Uma cooperação técnica entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) firmada ontem, em Foz do Iguaçu, pode diminuir o volume de vidro depositado nos aterros sanitários do Paraná. O convênio foi assinado durante o "Vidraço", evento voltado à educação ambiental realizado na Praça das Nações, no centro da cidade.
Foz foi escolhida para o lançamento do programa por já apresentar a logística necessária de recolhimento, formada pelos chamados "agentes ambientais" (catadores), centros de reciclagem e por uma empresa especializada em coleta dos resíduos. Na cidade são descartadas aproximadamente 150 toneladas de vidro mensalmente principalmente pelos hotéis. No estado, o volume no período alcança 5 mil toneladas.
Uma ação semelhante ao Vidraço, mostrando o ciclo de reaproveitamento do material, marcará o início do programa em Curitiba, na segunda quinzena de setembro. Londrina, Umuarama e Maringá serão atendidas até o fim do ano. O recolhimento do vidro será adaptado de acordo com as características de cada município.
Para o consultor da Abividro, Stefan Jacques David, as vantagens da reciclagem do vidro vão além do aspecto ambiental. Para retirar o material do aterro sanitário de Foz do Iguaçu são gastos em média R$ 35 por tonelada. "Só por deixar de enviar 150 toneladas por semana já dá uma economia de R$ 5 mil", calculou. A mesma quantidade de vidro coletada pelos catadores e enviada às indústrias resulta em uma receita média R$ 15 mil às cooperativas dos agentes ambientais.
Para a indústria, o material reciclado substitui até 78% de areia. Em tese, o uso dos cacos de vidro não gera economia na compra de matéria-prima, mas reduz a temperatura dos fornos, diminuindo o gasto de energia.
A reciclagem do vidro também diminuirá o reaproveitamento de uso de garrafas e vidros na produção de contrafeitos. Segundo o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, há denúncias, feitas por uma multinacional, de que refrigerantes vendidos na região seriam falsificados e envasados em garrafas descartadas pela população. O mesmo processo, segundo a Sema, é usado com embalagens de uísques e vinhos importados. "Isso (a coleta de embalagens) faz com exista um maior controle", avaliou Rodrigues.