Boa Vista (RR) O coordenador da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Roraima, Ramiro Teixeira, que foi preso quinta-feira na Operação Metástase, acusado de chefiar uma organização criminosa que fraudava licitações, entrou ontem com um pedido de habeas-corpus no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1.ª Região, em Brasília. Segundo o advogado de Teixeira, Marcos Zanetini, ele negou a autoria dos crimes.
"Como coordenador da Funasa, meu cliente não tinha acesso às licitações, que eram feitas por pregão eletrônico, em Brasília", afirmou Zanetini. Teixeira e mais 27 denunciados foram presos ontem, em Roraima, Amazonas e Paraná, suspeitos de desviar R$ 34 milhões de dinheiro público por meio de fraudes em licitações para compra de remédios, realização de obras de saneamento básico em Boa Vista e contratação de serviço de transporte aéreo com o objetivo de prestar atendimento médico em áreas indígenas roraimenses.
De todos os envolvidos, apenas um colaborou com as investigações e foi solto ainda na noite de quinta. O funcionário da Funasa José Gilvan Oliveira de Moura trabalhou na Comissão Permanente de Licitação durante a realização dos contratos suspeitos.
Também são acusados de chefiar a quadrilha os empresários Zacarias Castelo Branco, do setor de construção civil, e Francisco Mesquita, dono de uma empresa de táxi aéreo. Castelo Branco e Mesquita negam participação nos crimes.
Os advogados deles e da empresária Maria Miramar Mesquita pediram a prisão domiciliar dos clientes, alegando motivos de saúde.