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Direito Ambiental

Copa exigirá plano para gerenciar lixo

Eloy Casagrande: “Temos soluções técnicas que já podem ser adotadas” | Walter Alves/Gazeta do Povo
Eloy Casagrande: “Temos soluções técnicas que já podem ser adotadas” (Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo)

Curitiba precisa de um plano bem elaborado de gerenciamento de resíduos sólidos antes da Copa do Mundo de 2014. O alerta é do representante da Universidade Tecnológica Federal do Paraná na Câmara Temática de Meio Am­­biente do Comitê Executivo para Assuntos da Copa, Eloy Fassi Casa­grande Júnior. Doutor em Enge­nharia de Recursos Minerais e Meio Ambiente pela Universidade de Nottingham (Reino Unido), Casagrande foi um dos convidados da mesa redonda que discutiu entre outros assuntos o problema dos resíduos, na noite de ontem durante o 7.º Congresso Paranaen­se de Direito Ambiental realizado, desde segunda-feira, pela Escola de Magistratura do Paraná (Emap), Academia Paranaense de Direito Ambiental (APDA) e a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar).

O professor considera que as propostas desenvolvidas atualmente ainda são conservadoras. "Um exemplo claro de como o problema está hoje, é o caso da Ca­­ximba, que ainda não foi totalmente solucionado", disse à Gazeta do Povo. Depois de 21 anos recebendo o lixo de Curitiba e outras 17 cidades da região metropolitana, o aterro sanitário da Caximba foi fechado no último dia 1.º. Sem conseguir licença am­­biental para a instalação do Sis­tema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar), em Madirituba, o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos está usando dois aterros sanitários temporários em Fazenda Rio Grande e Araucária.

Para ele, não colocar em prática um plano de gerenciamento até 2014 pode agravar a situação gerada pela falta de um lugar adequado para destinação final do lixo. "E não podemos nos preocupar somente com os resíduos recicláveis. Hoje não temos nenhum projeto eficiente para reaproveitamento de resíduos orgânicos", completou. Casagrande lembrou do projeto de compostagem com minhocas desenvolvido durante a Olimpíada de Sydney (Aus­trália), em 2000. A proposta dava um fim aos dejetos orgânicos, além de produzir húmus – matéria orgânica sem cheiro usada como adubo – que oferecia algum tipo de retorno financeiro.

O palestrante defendeu ainda a importância da parceria entre poder público e universidades pa­­ra o desenvolvimento de projetos na área ambiental. "Nós temos so­­luções técnicas que já podem ser adotadas." Ainda segundo ele, os magistrados têm papel fun­­da­­mental na concretização das propostas já desenvolvidas, porque são eles que vão garantir a aplicação da Política Nacional de Resí­­duos Sólidos, sancionada este ano pe­­la presidência da República de­­pois de 20 anos de discussão. Entre as novidades da no­­va lei está a criação da "logística re­­versa", que obriga os fabricantes, dis­­tribuidores e vendedores a recolher embalagens usadas e considera, junto com as empresas, consumidor e poder público como corresponsáveis pelo destino final do lixo.

Além de Casagrande, faziam parte da mesa ontem, o professor da Pontifícia Universidade Cató­lica do Paraná e doutor em gestão, Clóvis Ultramari e o promotor de Justiça do Paraná e mestre em direito comparado, Robertson Fonseca de Azevedo, que falaram sobre municípios sustentáveis e a contribuição do estatuto das cidades para o meio ambiente. O Congresso termina hoje e um dos debates mais esperado está previsto para as 19 horas. Relator do projeto de modificações do Código Florestal Brasileiro, aprovado em 6 de julho deste ano na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, o deputado federal Aldo Rebelo (PcdoB-SP) será um dos convidados da mesa.

Serviço:

O congresso ocorre no Auditório Pleno do Tribunal de Justiça do Paraná. Mais informações pelo site www.emap.com.br e pelo fone (41) 3254-6500.

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