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Ponta Grossa

Corpo de curitibano será enterrado nesta sexta-feira

O enterro do corpo do estudante curitibano de Engenharia do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) de São José dos Campos - São Paulo, Guilherme Testoni, será nesta sexta-feira, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. O funeral está marcado para as 16h no Cemitério Santo Antônio.

O corpo de Testoni deve chegar a Ponta Grossa no início da tarde. O ITA informou que um avião Bandeirante da Força Aérea Brasileira (FAB) chegará a Vitória na manhã de sexta-feira e depois fará uma parada em São José dos Campos, onde devem embarcar os amigos de Testoni.

O curitibano estava desaparecido desde o dia 20 de maio. O corpo do estudante foi encontrado no início desta semana boiando em alto mar de Guarapari, no Espírito Santo, mas só foi reconhecido na tarde desta quarta-feira pelos tios José Avelino Diniz e Argemiro Diniz Júnior, ambos investigadores da polícia.

De acordo com a delegada assistente da seccional da delegacia de Polícia Civil de São José dos Campos, Ana Paula Medeiros Monteiro de Barros, que investiga o caso, o corpo foi encontrado em estado avançado de putrefação e com sinais de afogamento. "Ontem (quarta-feira) estivemos no IML (Instituto Médico Legal) de Vitória por mais de quatro horas, só em cima do corpo. Há sinais de afogamento", conta a delegada. "Não há nenhum sinal de ferimento por arma de fogo, espancamento ou arma branca", completa.

Apesar dos sinais de afogamento, a polícia ainda trabalha com várias hipóteses sobre a causa da morte. "Não podemos descartar nada. Trabalhamos com a idéia de suicídio até seqüestro", afirma a delegada.

Depoimentos

De acordo com os depoimentos tomados no início da noite de quarta, que se estenderam até as 3h da madrugada desta quinta, Testoni era um rapaz esportista, reservado, simpático, não tinha inimigos, sem vícios aparentes e ambicioso profissional e financeiramente. O perfil do estudante foi traçado por meio da oitiva dos cinco colegas que dividiam o quarto com ele no ITA.

A polícia aguarda o laudo do IML de São Paulo de um exame toxicológico, feito a partir das víceras do estudante. A partir deste resultado, o IML de Vitória deve divulgar um laudo mais conclusivo com a possível causa e data da morte.

A data ainda não foi definida pela polícia, mas a delegada acredita que, pelo estado do corpo, o estudante pode ter morrido até no mesmo dia em que o carro foi encontrado queimado - no dia 23 em Guarapari. "A água fria pode ter ajudado a conservar o corpo", explica Ana Paula.

Família conta o que acha sobre o caso

Muito abalada com a morte do filho, Elza Diniz Testoni, não quis conversar com a reportagem. Para a tia, Elizabeth Diniz, o estudante não viajou para Vitória e sim foi levado contra a vontade. "Para mim aconteceu alguma coisa dentro do ITA ou em São Paulo, porque quando o tio dele entrou no alojamento, os livros dele estavam abertos como se ele tivesse saído às pressas ou retirado à força. Todos os documentos estavam no quarto dele", justifica Elizabeth.

A delegada Ana Paula explica que em relação aos documentos, Testoni costumava andar com a xerox autenticada dos documentos - iniciativa tomada depois de um assalto.

Apesar do ITA ter fretado uma aeronave para fazer o traslado do corpo de Testoni, a família guarda mágoas do instituto. "Assim que fomos informado pelo colega do Guilherme do desaparecimento, a mãe dele foi até o ITA que informou que ele voltaria logo, mas de qualquer maneira enviaria um ofício à polícia. Mas tarde ficamos sabendo que eles não fizeram nada", conta Elizabeth. "Como o ITA não tem registros da saída e entrada dos estudantes?", questiona.

ITA

Quem respondeu a indagação da tia do estudante, foi a assessoria de imprensa do ITA que afirmou que todos os alunos têm total liberdade para entrar e sair do Comando Geral Tecnológico Aeroespacial (CTA), local onde fica o ITA, a qualquer hora do dia.

A assessoria contou ainda que o ITA deu falta do estudante no dia 24 porque Testoni teria faltado à uma prova. Imediatamente, o instituto entrou em contato com colegas de quarto que disseram que o curitibano teria viajado no fim de semana. A partir daí, a reitoria do ITA entrou em contato com a família e, no dia 26, comunicou o caso à polícia.

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