Ajuda
A promotora de Justiça Dinamárcia Maciel de Oliveira disse ontem que Bernardo procurou ajuda no Fórum de Três Passos em janeiro, quando pediu para ficar com uma segunda família alegando ter desentendimentos com a madrasta. À época, o MP já tratava do caso por ter recebido informações de que um menor da classe alta estava sendo negligenciado dentro da própria casa. Diante do ajuizamento de uma ação protetiva que pedia a concessão da guarda à avó materna, o pai admitiu que havia problemas de relacionamento na família.
O corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi enterrado ontem no Cemitério Ecumênico de Santa Maria em meio a cenas de forte emoção da avó materna, Jussara Uglione, 73 anos, e de cerca de cem amigos dele e da família. Pai e madrasta do menino foram presos suspeitos da morte do garoto, que ficou desaparecido por dez dias e cujo corpo foi localizado em Frederico Westphalen, cerca de 80 km de Três Passos, cidade gaúcha onde morava Bernardo. Componentes como possível ciúme da madrasta, falta de atenção do pai e disputa por bens materiais estão na linha de investigação da polícia para o caso que comoveu o Rio Grande do Sul.
Bernardo desapareceu de casa no dia 4 de abril. O corpo foi encontrado na segunda-feira, 14, enterrado dentro de um saco plástico em um matagal próximo de um arroio em Frederico Westphalen. Na mesma noite a polícia prendeu o médico Leandro Boldrini, 38 anos, pai do garoto, a enfermeira Graciele Ugolini, 32, madrasta, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, 40, amiga de Graciele, sustentando que os três têm envolvimento com o crime.
Inocente
Ontem, o advogado Andrigo Rebelato, primo de Leandro, divulgou a primeira versão do médico para o caso, depois de visitá-lo na prisão. "Ele disse que é inocente e quer se defender", relatou à Rádio Gaúcha. "Também falou que se ela fez, tem que pagar", complementou, referindo-se a Graciele, com quem Leandro tem uma filha de um ano e meio.
A equipe policial que trabalha no caso ainda apura se Leandro participou do planejamento e da execução do crime. Sabe-se que o buraco no qual o corpo foi escondido estava pronto dois dias antes do assassinato. A polícia confirma que dois fatores foram decisivos para a localização do garoto e a possível responsabilização direta das duas mulheres: uma multa aplicada pela polícia rodoviária à madrasta, por excesso de velocidade, que mostrou que houve uma viagem de Três Passos a Frederico Westphalen em 4 de abril; e a análise de imagens de uma câmera de vigilância da rua, próxima da casa da assistente social, expondo imagens das duas saindo com o garoto e voltando sem ele.
A perícia deve indicar se Bernardo foi morto por injeção letal aplicada por uma das mulheres.
Diante da falta de confissões, a polícia tem recebido informações de vizinhos e pessoas que conviveram com o casal. Há relatos de brigas, de ciúme que a madrasta sentia do garoto e de falta de atenção do pai, que levou dois dias para comunicar o desaparecimento à polícia e pareceu frio ao falar das buscas.
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