O corpo de Clemans Abujamra, de 51 anos, foi enterrado por volta das 11h30 desta quarta-feira (1) no Cemitério Parque Iguaçu, no bairro Cascatinha, em Curitiba. Clemans foi encontrada morta com quatro facadas, na segunda-feira (29), em um terreno baldio localizado na região do Batel.

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Na terça-feira (30), a Delegacia de Homicídios (DH) da capital paranaense divulgou um vídeo que mostra um automóvel suspeito, possivelmente utilizado pelo autor do crime, passando pela Rua Abrão Lerner, no Batel, por volta das 2h30 de segunda-feira – dia em que o corpo de Clemans foi encontrado. As imagens foram registradas por uma câmera de segurança de um condomínio da região.

Assista ao vídeo que mostra o carro do possível assassino

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"Acreditamos que [o carro] seja do responsável por abandonar o corpo, porque nenhum outro veículo aparece depois", disse o delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Homicídios. A polícia também vai pedir imagens de outros estabelecimentos próximos ao local para tentar visualizar com mais precisão o carro, cuja marca ainda foi identificada.

Mudança

A primeira linha de investigação da polícia apontava para a possibilidade de o crime ter sido um latrocínio (roubo seguido de morte). No sábado, Clemans teria saído do apartamento que mantinha na capital paranaense, na Rua Francisco Rocha, no Bigorrilho, com uma bolsa e uma sacola. Nenhum pertence foi encontrado junto ao corpo.

De acordo com Recalcatti, a hipótese perdeu força. "Não descartamos a possibilidade de latrocínio, ela ainda é investigada, mas é uma hipótese que ficou menor", disse. Ainda segundo o delegado, Clemans havia visitado a irmã, Christiane Abujamra, no sábado pela manhã e depois teria saído sozinha para ir a um salão de beleza. A partir daí, a mulher não foi mais vista. A polícia diz que há a possibilidade de ela ter sido morta em outro bairro, antes de o corpo ser abandonado no terreno baldio do Batel.

Adoção

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Clemans morava nos Es­tados Unidos com o marido, o japonês Roberto Nanamura. O casal tinha interesse na adoção de uma criança brasileira. "Eles participaram do 3.º Encontro de Adoção Consciente no ano passado e vieram ao curso [de adoção consciente] há um mês. Apesar de os grupos serem grandes, gravei o nome deles porque eram muito participativos", disse Hália Pauliv de Souza, presidente do Grupo de Apoio Adoção Consciente (Gaaco).

O corpo de Clemans foi velado, no fim da noite de ontem, no Cemitério Parque Iguaçu, onde também seria enterrado. A família foi procurada, mas preferiu não se manifestar.

Disputa

Mulher era herdeira de fábrica de papel em SC

Clemans Abujamra e suas irmãs são herdeiras do falecido Feres Abujamra Netto, de quem receberam ações da Companhia Fábrica de Papel Itajaí S/A. A herança, porém, é objeto de disputa desde 2003 no Tribunal de Justiça do Paraná e chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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De acordo com ação movida na 10ª Vara Cível de Curitiba, Roni Lavratti, sucessor de Ernesto Lavratti Neto, disputa a propriedade de ações da fábrica. No processo, a família de Clemans afirma ter descoberto, após a morte de Abujamra Netto, que o pai era detentor de 3,4 mil ações, mas que 2,6 mil haviam sido transferidas à revelia. A defesa de Lavrati, por sua vez, argumenta no processo que ocorreu "usucapião extraordinário de bem móvel" em favor de seu cliente.

Uma decisão, da desembargadora Regina Afonso Portes, deu ganho de causa à família de Abujamra Netto. Em 2005, Lavratti e a pessoa jurídica que constitui a Papel Itajaí S/A ingressaram com recurso no STJ, que decidiu novamente em favor da família de Clemans. O delegado que investiga o crime, Rubens Recalcatti, disse desconhecer a existência da disputa.

VIDA E CIDADANIA | 0:34

Clemans Abujamra foi encontrada morta em um terreno baldio na Rua Abrão Lerner, com quatro facadas. A vítima morava com o marido nos Estados Unidos

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