São Paulo O corpo da dona de casa de 33 anos estrangulada pelo filho de 17 anos na manhã de sábado, em São Paulo, foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) ontem e seguiu para o Rio Grande do Sul, onde será enterrado pelos parentes.
R.B.S. confessou ter estrangulado a mãe, Zeli Boeira de Abreu, e disse, em depoimento, que agiu em legítima defesa. A briga aconteceu no apartamento da família, no Morumbi. Segundo o adolescente, os dois começaram a discutir e ela teria tentado atacá-lo com uma faca. R., praticante da arte marcial muay thai, disse que usou as pernas para imobilizar Zeli. Depois, estrangulou a mãe com as mãos.
Zeli vinha discutindo havia semanas com R. por causa do fraco desempenho do garoto no 2.º ano do ensino médio em um colégio particular. R. disse que a mãe o tinha deixado de castigo. Segundo ele, Zeli chegou em casa tarde, depois das 4 horas da madrugada, e os dois começaram a discutir.
Depois da tragédia, vendo Zeli desacordada, R. saiu do apartamento, pouco depois das 7 horas, e foi para a casa do ex-padrasto, o treinador de tênis Marcelo Oliveira de Abreu, de 42 anos, para pedir ajuda. "Ele chegou aqui chorando muito e disse que a mãe estava desmaiada em casa."
Abreu foi ao condomínio e achou a ex-mulher morta. Separados havia 5 anos, ele e Zeli tiveram duas filhas, de 5 e 9 anos. "As meninas estavam passando o fim de semana comigo. Não sabem da morte da mãe."
Foi Abreu quem acionou a polícia. O ex-padrasto disse que R. não usa drogas segundo policiais, o adolescente estava sóbrio. O delegado Altair de Souza Filho afirmou que foi encontrada uma faca no quarto onde mãe e filho lutaram. "Ele alegou legítima defesa. Havia muitas pegadas no quarto, o que mostra que houve luta. Mas o menino não tinha ferimentos e não podemos dizer se a mãe realmente o atacou com a faca."
O adolescente prestou depoimento acompanhado do advogado. O delegado disse que R. chorou o tempo todo. Ainda no sábado, o jovem foi enviado a uma unidade da Febem.