O corpo da médica Zilda Arns deve chegar na madrugada de hoje ao Brasil, segundo informações da família da fundadora da Pastoral da Criança. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com o corpo deixou ontem a capital do Haiti, Porto Príncipe. No voo também estão o senador Flávio Arns (PSDB), sobrinho da médica; o ministro da Defesa, Nélson Jobim; a religiosa Rosângela Maria Altoé, integrante da Pastoral da Criança que estava com Zilda no momento do tremor; além de militares da missão brasileira. O desembarque na Base Aérea de Brasília estava marcado para ocorrer entre 1 e 3 horas de hoje. Na capital federal, o corpo seria embalsamado.
Tão logo chegue ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, o corpo será levado para o Palácio das Araucárias, onde será velado até as 14 horas de amanhã, quando haverá missa de corpo presente. O corpo será enterrado no Cemitério Municipal da Água Verde, na capital paranaense. A cerimônia de sepultamento será restrita aos familiares.
Ontem, Caroline Arns, filha do senador Flávio Arns, conversou com o pai por telefone. Ele teria relatado uma situação dramática no Haiti e conta que houve dificuldade, inclusive, em conseguir combustível para o avião. "Ele está muito chocado com tudo por lá. A situação é pior do que se possa imaginar", disse.
Ainda segundo o relato do senador, Zilda tinha acabado o discurso numa igreja e conversava com um sacerdote, que queria mais informações sobre o trabalho da pastoral, quando ocorreu o tremor de 7 graus na escala Richter. "A doutora Zilda recuou um passo e foi atingida diretamente na cabeça quando o teto desabou. Ela morreu na hora", afirmou. Segundo ele, Zilda não ficou soterrada. "O sacerdote que conversava com ela sobreviveu. Já outros 15 que estavam próximos a ela faleceram", acrescentou.
Presenças
A Pastoral da Criança informou ontem que centenas de pessoas devem vir a Curitiba prestar homenagens a Zilda Arns. "Muitas caravanas, inclusive de outros estados, virão", disse Caroline. Diversas autoridades também são esperadas. Já confirmaram presença o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o governador de São Paulo, José Serra (PSDB); dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal-arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, co-fundador da Pastoral da Criança; dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O arcebispo emérito de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, irmão de Zilda, não vai comparecer por razões de saúde.
Colaborou Gladson Angeli.
