Fábio e Elisane: morte confirmada ontem, quatro dias depois do acidente| Foto: Álbum da família

Os dois corpos localizados ontem no fim da tarde, no Rio Iguaçu, em Araucária, foram reconhecidos pelos familiares como sendo os de Fabio Baggio, 35 anos, e Elisane Brittes, 29. O casal estava desaparecido desde a noite de quinta-feira, depois do temporal que atingiu Curitiba e região metropolitana, quando o carro onde eles estavam foi tragado para dentro do Rio Mossunguê, na Rua Eduardo Sprada, no bairro Campo Com­prido. As famílias Baggio e Brit­tes ainda não sabem quando será feito o enterro, porque o Instituto Médico-Legal ainda não tinha liberado os corpos até o fechamento desta edição.

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Para a irmã de Elisane, Elaine Salvinski, a dor é muito grande. Segundo ela, ainda havia a esperança de encontrar os dois vivos. Angustiada com a espera, a família chegou a alugar dois helicópteros para sobrevoar a região às margens do Rio Iguaçu – onde o Rio Mossunguê desemboca. Ontem, o cunhado Rômulo estava presente às buscas no momento em que os corpos foram en­­contrados e fez o reconhecimento no local. "Era um casal de bem com a vida. Pessoas alegres, muito boas e queridas por muita gente", lembra o cunhado.

Segundo o advogado Marco Aurélio Baggio, o irmão era uma pessoa tranquila e pacata. Ele lembra que o casal estava com o casamento marcado para março. "Elisane e Fábio viviam um para o outro", diz.

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No momento do acidente, Fábio estava levando Elisane para casa, no Caiuá, depois de terem comido pizza. O carro de Fábio estava passando pela ponte da Eduardo Sprada quando o asfalto ruiu. Segundo parentes, a filha de Fábio, de 15 anos, não quis ir junto com o casal porque o trajeto poderia ser demorado.

O acidente foi precedido de um estrondo, sengundo a moradora da rua ao lado, Maria Bi­­zinelli. O barulho e os gritos de uma mulher avisando que tinha caído um carro no rio alertaram Aparecida Cordeiro, 66 anos. "Quando cheguei na sacada o chão já tinha cedido."

Sobrevivente

O estudante de Direito Ricardo Woiski Carmona Gallego, 25 anos, é um dos sobreviventes da tragédia. Segundo o pai, Jorge Augusto, o filho estava voltando da Universidade Positivo para casa, no Água Verde. Ri­­cardo sempre passava pela Eduardo Sprada. Quando chegou perto da ponte, percebeu que um táxi segurava o trânsito. Como estava chovendo muito e a rua totalmente sem luz, o estudante se guiava pelos faróis dos carros. De repente, a luz dos faróis à sua frente sumiram e, para seu desespero, deu-se conta de que estava caindo.

Ricardo conseguiu sair pela janela do carro. Segurando-se nos matos do barranco, ele disse que percebeu duas cabeças nadando logo à sua frente. O carro começou a rodar no redemoinho formado pela água e afundou. Procurou ajuda em uma casa próxima e conseguiu ser socorrido pela família.

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