A busca pelos primos Rian Cunha Cubas, 5 anos, e Lucas Mateus Cunha Siqueira, 7 anos, terminou de forma trágica no fim da tarde de ontem, quando os corpos das crianças foram encontrados em uma cava próxima à casa onde moravam, no Jardim Colônia, na Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba (RMC). Os meninos tinham desaparecido no domingo, quando saíram de casa sem ser vistos pela família. Desde então, parentes e amigos faziam buscas em bosques, rios e terrenos da região.
Os corpos foram encontrados quando uma mulher telefonou para a polícia e ao Corpo de Bombeiros às 16h30 de ontem, ao ver fumaça em uma área de venda de grama, a menos de um quilômetro da casa dos meninos. No local foi encontrado um carro Fiesta em chamas e, próximo dali, em uma cava usada para extração de areia de 1,2 metro de profundidade, estavam os corpos. "Nós já tínhamos passado lá, mas não reparamos na valeta", contou Ângela Maria Cunha, tia das crianças.
Segundo o perito Vitório Librelon, do Instituto de Criminalística de Curitiba, não há sinais de hematomas ou luta corporal e, aparentemente, a causa da morte teria sido afogamento. As roupas dos meninos também estavam intactas. Librelon acredita que os garotos tenham morrido há três ou quatro dias. O automóvel em chamas era roubado e não teria relação com o desaparecimento dos meninos. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal e o laudo deve ficar pronto em dez dias. O caso é investigado pela delegacia local e pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).
As famílias dos meninos foram avisadas por volta das 18 horas. As mães acreditam que seus filhos foram assassinados. "Eu implorei tanto a Deus para vê-lo vivo, para que as pessoas devolvessem nossos filhos vivos. Vocês não sabem a dor que estamos sentindo", desabafou Josiane de Paula Cunha, mãe de Rian. Ela conta que mantinha a esperança de encontrar as crianças com vida porque ouvia boatos segundo os quais Rian e Lucas haviam sido vistos pedindo esmola, ou no terminal de ônibus de Fazenda Rio Grande. "Espero que encontrem as pessoas que fizeram isso se é que podemos chamar de pessoas, porque para mim são bichos", revolta-se.
De acordo com amigos, Rian e Lucas eram muito unidos e estavam sempre brincando na frente de casa. Os dois eram meninos alegres e tranqüilos. A mãe de Rian conta que o filho gostava muito de carros, o que indicava que ele seria um piloto. "Ele ainda não tinha ido para a escola, mas já tinha ganho o material escolar da tia e não vai poder usar", lamenta. Lucas já estava na 2.ª série. "Sempre foi um bom aluno. Tinha o sonho de ser pedreiro", conta a mãe, Viviane Paula Cunha.
Cogitando a hipótese de os meninos terem sido assassinados, a coordenadora do Movimento Nacional em Defesa da Criança Desaparecida (CriDesPar), Marília Marchese, lembra que quatro crianças foram encontradas mortas nos últimos seis meses em Curitiba e RMC. "Essas mortes são de assustar pela maldade cometida contra seres indefesos", afirma.
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